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Foragido no México por falta de liberdade para falar o que pensa em seu país, Zé Trovão, diz que não retira o que disse

Por Daniel Alves em 12/10/2021 às 07:32:49

Trovão, refugiado Político no México por falar o que pensa

Em entrevista, caminhoneiro alvo do STF elogia Bolsonaro e cogita ficar no México: "Voltar ao Brasil para ser preso está fora de cogitação"

Há um mês foragido no México, o caminhoneiro foragido Marcos Gomes, conhecido como Zé Trovão, afirmou que não aceita ser preso no Brasil e negou que recuará do que disse. Desde o dia 7 de setembro, dia que se comemora a INDEPENDÊNCIA DO BRASIL, Zé Trovão está refugiado no México por medo de ser preso em sua terra natal por ter mobilizado o POVO para comemorar a FESTA da INDEPENDÊNCIA.

Em entrevista, Trovão cogitou não retornar jamais ao Brasil: "Se me falarem: "Você só volta para o Brasil se fizer uma carta pedindo perdão para o ministro Moraes", então vou passar o resto da minha vida fora do Brasil. Eu posso pagar um alto preço, mas não retiro o que disse. Voltar ao Brasil para ser preso está fora de cogitação".

Questionado sobre a carta em que Jair Bolsonaro recuou perante o Supremo, no 8 de Setembro, o caminhoneiro defendeu que dentro do gesto existe um acordo — que ainda não chegou para ele no México.

Leia os principais trechos da entrevista:

Quando pretende voltar ao Brasil?
Pretendo voltar quando a situação da minha prisão for resolvida. Meus advogados já fizeram mais de dez pedidos, mas o ministro Alexandre de Moraes negou. Eles pediram que eu pudesse retornar ao Brasil sem ser preso. Voltar ao Brasil para ser preso está fora de cogitação. Não sou criminoso. O dia em que eu desistir de lutar, prefiro ir embora do Brasil definitivamente com minha família. Pedi asilo político aqui no México e ainda espero uma resposta. Fiz uma entrevista no consulado na semana passada. Talvez eu consiga uma autorização para trabalhar. Aí eu posso dirigir caminhão no México, que é o que eu sei fazer.

Como consegue se sustentar?
Eu poderia estar trabalhando ilegalmente, mas não estou. A coisa fica um pouco complicada porque você fica sem recursos próprios. No Brasil, eu tenho quatro crianças e uma mulher. Tudo isso é muito difícil, mas estou sobrevivendo. No Brasil, quando eu trabalhava atrás do volante, eu mal conseguia me sustentar. E agora estou numa situação pior. Graças ao bom Deus, estou acolhido na casa de um amigo brasileiro que tem cidadania mexicana. Então, não estou pagando hospedagem.

O STF afirma que você iniciou um "levante" contra a democracia ao pregar a invasão do Senado. Não retira nada do que disse?
Se me falarem: "Você só volta para o Brasil se fizer uma carta pedindo perdão para o ministro Moraes", então vou passar o resto da minha vida fora do Brasil. Ambos têm de reconhecer seus erros e acertos. A próxima atitude que ele tomar, vou criticar novamente. Perdão a gente pede quando está errado. Sou um homem que não se arrepende do que faz. Eu posso pagar um alto preço, mas não retiro o que disse. Talvez o tom das palavras tenha sido equivocado, mas não as críticas para Moraes e os outros que estão cometendo crimes. Se dentro desse acordo eles forem fazer o papel deles como ministros, para mim está tudo certo.

Que acordo? A carta de recuo de Bolsonaro após o 7 de Setembro?
Sim. Se Bolsonaro deu um passo atrás, isso mostra coragem. Não é qualquer um que volta atrás, não. Ele fez duras críticas e depois defendeu a harmonia entre os Poderes. Perfeito. É isso o que eu mais quero. Não adianta só um lado ceder. Precisamos que os Poderes recuem e façam seu papel. Me parece que está começando a surgir isso.

Não parece ter funcionado para você, que continua alvo de prisão da PF um mês depois.
Eu acredito no Bolsonaro. Tenho plena convicção de que o Bolsonaro sabe o que está fazendo. Nós entramos numa luta muito grande. Não iria acabar do dia para a noite.

O que acha de Bolsonaro nunca ter feito um gesto de solidariedade a você?
Bolsonaro não tem obrigação nenhuma de tocar no meu nome. Não me incomoda nem um pouco.

Na carta de Bolsonaro, Moraes passou de "canalha" a "jurista e professor". Você concorda?
Sempre vou manter minha opinião sobre o Moraes. Ele tem de se colocar no seu devido lugar. Se fizer o trabalho dele como ministro, está bom demais.


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