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Militares são condenados por morte de músico e catador em Guadalupe, Rio: 'Hoje vou conseguir dormir', diz viúva

Por Daniel Alves em 14/10/2021 às 07:00:09

Viúva de Evaldo, Luciana, bebe água para se acalmar antes de dar entrevista após o julgamento

Oito dos 12 militares envolvidos na ação foram condenados a quase 30 anos por duplo homicídio e tentativa de homicídio; outros 4 foram absolvidos. Defesa informou que vai recorrer.

Oito militares do Exército foram condenados, no início da madrugada desta quinta-feira (15), por matar o músico Evaldo Rosa e o catador de latinhas Luciano Macedo, em 2019.

Por 3 votos a 2, a Justiça Militar os julgou culpados por duplo homicídio e tentativa de homicídio – o sogro de Evaldo, Sérgio, ficou ferido e sobreviveu. A defesa informou que vai recorrer e os réus respondem em liberdade até que o caso transite em julgado – ou seja, que se esgotem os recursos.


As penas:

  • tenente Ítalo da Silva Nunes, que chefiava a ação, foi condenado a 31 anos e 6 meses;
  • outros sete militares receberam pena de 28 anos;
  • quatro militares foram absolvidos.

Outros quatro militares que estavam na ação foram absolvidos. Todos os 12 foram absolvidos do crime de omissão de socorro.

"Eles não têm noção de como estão trazendo uma paz para a minha alma. Eu sei que não vai trazer o meu esposo de volta, mas não seria justo eu sair daqui sem uma resposta positiva", disse Luciana, viúva de Evaldo, após o julgamento. "Hoje vou chegar em casa, vou tomar um banho e acho que hoje vou conseguir dormir."

Relembre o caso

Evaldo teve o carro fuzilado no dia 7 de abril daquele ano. No total, 257 tiros foram disparados – 62 atingiram o veículo. Atingido ao tentar ajudar o músico, Luciano morreu 11 dias depois, no hospital.

O julgamento na Justiça Militar, na Ilha do Governador, Zona Norte, durou mais de 15 horas: começou às 9h17 e terminou depois das 0h30.

Em votação, o conselho da Justiça Militar, composto por cinco magistrados – quatro deles militares –, considerou culpados oito réus por homicídio e tentativa de homicídio.

A princípio, o Ministério Público Militar (MPM) denunciou pelos crimes 12 militares, todos praças.

Mas o próprio MPM pediu a absolvição de quatro militares que não dispararam, alegação aceita pela Justiça Militar.

Durante as alegações finais da promotoria do Ministério Público Militar, a responsável pela denúncia criticou a versão dos agentes de que eles agiram em autodefesa.

A defesa pedia a absolvição dos militares alegando que houve um confronto e que a região era conflagrada.



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