JHP2

BRASÍLIA/DF, Bolsonaro e outras autoridades se filiam ao PL para disputar as eleições de 2022

Por Daniel Alves em 30/11/2021 às 14:14:04

'Seja bem-vindo a 2022', disse o presidente da sigla, Valdemar Costa Neto, em discurso; cerimônia antecipa disputa para o próximo ano

O ministro Onyx Lorenzoni e o presidente Bolsonaro, que devem disputar eleições de 2022 pelo PL

O presidente Jair Bolsonaro se filiou ao PL (Partido Liberal), nesta terça-feira (30), em cerimônia em Brasília. A filiação consolida a aliança do chefe do Executivo com o Centrão, espectro político conhecido por se aliar ao poder, para as eleições de 2022. O governo já estava aliado com as legendas de centro, sendo hoje sua base no Congresso Nacional. O vínculo com a sigla também antecipa a disputa política do próximo ano, quando Bolsonaro tentará a reeleição.

"Seja bem-vindo ao PL. Seja bem-vindo a 2022", disse o presidente do PL, Valdemar Costa Neto em discurso. Ele já foi condenado no escândalo do mensalão. Antes de falar, Bolsonaro pediu que o deputado federal Marcos Feliciano (PL-SP) fizesse uma oração. Em seguida, o mandatário discursou ressaltando que o evento marca uma passagem para que possa pleitear algo na frente, e ressaltou a importância das outras legendas de centro.

"Aqui presente tem outras pessoas que são excepcionais e marcaram a nossa vida. Eu vim do PP e confesso, a decisão não foi fácil. Até mesmo Marcos Pereira (deputado federal de SP, presidente nacional do Republicanos), conversei muito com ele, e uma filiação é como um casamento. Não seremos marido e mulher (disse, olhando para Valdemar Costa Neto), seremos uma família. Mas vocês todos fazem parte dessa nossa família", afirmou.

Bolsonaro pontuou que o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, liderança do PP (Partido Progressista), quis levá-lo para a legenda, onde já ficou por 10 anos. Ao deixar a sigla, que também integra o Centrão, e depois se candidatar à Presidência, adotou o discurso de crítica ao bloco.

"Ninguém faz nada sozinho, tudo pode acontecer. O futuro a Deus pertence", disse. Com um tom muito político, de olho na disputa de 2022, Bolsonaro agradeceu a confiança de Costa Neto, falou em alianças e composição. O presidente ainda citou vários nomes de aliados e onde eles podem disputar o pleito de 2022, como o do ministro da Cidadania, João Roma, para o governo da Bahia.

Bolsonaro não fez críticas diretas a opositores, mas falou que seu governo conseguiu tirar o poder da 'esquerda'. "O futuro do Brasil está em nossas mãos. Tiramos o Brasil da esquerda. Olhem para onde nós estávamos indo", afirmou.

Outras filiações

O evento desta terça-feira marcou o ato de filiação de outros aliados políticos do presidente da República. Um deles foi o senador Flávio Bolsonaro, filho do chefe do Executivo. O ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, também assinou ficha de vínculo com o partido.

O ministro da Infraestrutura, Tarcísio Freitas, que também esteve no evento, afirmou que não deve se filiar ao PL ao menos nesta terça-feira. "Não. Hoje, não", disse o ministro ao ser questionado pela reportagem se também ingressaria na sigla, a exemplo de Bolsonaro, sem dar detalhes sobre uma possível filiação ao partido em outra data.

A filiação do presidente inicia articulação em torno também dos seus ministros. O senador Wellington Fagundes (PL-MT) afirmou que o partido pretende filiar ao menos cinco chefes de pastas do governo Bolsonaro. Ele se referiu aos ministros Onyx (Trabalho e Previdência), Tarcísio Freitas (Infraestrutura), Marcelo Queiroga (Saúde), Rogério Marinho (Desenvolvimento Regional) e Gilson Machado (Turismo).

Onyx confirmou que vai se filiar à sigla e que será candidato ao governo do estado do Rio Grande do Sul. "Está decidido", disse. Tarcísio é uma das apostas do presidente para concorrer ao governo do estado de São Paulo. A candidatura ao Palácio dos Bandeirantes foi um dos pontos de negociação para a filiação de Bolsonaro ao PL.

Cerimônia

A filiação do presidente foi prestigiada por ministros, deputados e ao menos um governador, Antonio Denarium, de Roraima. A entrada da imprensa foi impedida no auditório, ficando limitada a uma antessala, onde estavam outros convidados ligados a autoridades.

Pelo menos 14 ministros participaram do evento, entre eles Paulo Guedes (Economia), Onyx Lorenzoni (Trabalho e Previdência) e Marcos Pontes (Ciência, Tecnologia e Inovação). A oficialização da filiação do presidente ao PL havia sido agendada incialmente para o dia 22, mas foi adiada após discordâncias sobre a atuação do partido nos estados.

No evento desta terça a maior parte dos presentes não usava máscara como proteção contra a Covid. Uma das exceções foi o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL). Os seguranças do local barravam a entrada de álcool em gel no auditório onde ocorreu a solenidade.


Comunicar erro
cosmetic shop

Comentários

JHP