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VALDEVAN 90, Polícia apreende 41 cavalos que estavam em haras do ex-deputado federal

Por Daniel Alves em 14/08/2022 às 06:12:52

VALDEVAN 90 é suspeitos de lavagem de dinheiro, ocultação de bens, direitos ou valores e organização criminosa.

Valdevan está entre os alvos da operação contra diretores do Sindicato dos Motoristas e Trabalhadores em Transporte Rodoviário Urbano de São Paulo (SindMotoristas). Cavalos são de raça, não têm documentação e um deles pode valer R$ 2 milhões, informou a polícia.


A Polícia de São Paulo apreendeu ontem, sábado (13), 41 cavalos do haras de Valdevan Noventa, ex-deputado federal e presidente licenciado do Sindmotoristas.

O haras fica na cidade de Arauá, em Sergipe. A polícia informou que os cavalos são de raça, não têm documentação e um deles pode valer R$ 2 milhões. A transferência dos animais para a cavalaria da PM será pedida à Justiça.

A defesa de Valdevan afirmou que tem apenas 5 cavalos e que os outros são de criadores locais.

Operação

Na sexta-feira (12) a Polícia Civil fez uma operação de busca e apreensão em nove endereços em São Paulo e em Sergipe. Cinco dos endereços visitados têm ligação com Valdevan.

Segundo a investigação, o grupo é suspeito de movimentar R$ 20 milhões por ano de recursos indevidos recebidos como propina. O dinheiro seria desviado de subsídios pagos pela Prefeitura de São Paulo a empresas de ônibus. Também são apurados crimes como ameaça, extorsão e apropriação indébita. Pelo menos 17 pessoas estariam envolvidas no esquema criminoso.

Ainda segundo a polícia, a diretoria do SindMotoristas pressionava trabalhadores e empresas de ônibus, obrigando as empresas a contratar prestadores de serviço que repassariam propina para a diretoria do sindicato. Os trabalhadores eram obrigados a se manter sindicalizados.

Vandevan também é suspeito de enriquecimento político, segundo a investigação, cerca de R$ 29 milhões do patrimônio dele vêm de extorsão de trabalhadores e empresas durante a atuação dele no sindicato.

O SP2 teve acesso a documentos que fazem parte da investigação. Em um dos relatórios, consta a informação de que Valdevan "coleciona antecedentes criminais", entre eles, "roubo e estupro" e "homicídio do sindicalista Severino Teotônio do Nascimento", que atuava no Sindicato dos Motoristas e Cobradores de Ônibus de São Paulo.

Ainda segundo esses documentos, em 2013, durante a eleição para presidente do sindicato, Valdevan e os demais integrantes de chapa eleitoral agrediram adversários políticos com arma de fogo.

Apesar de estar licenciado, Valdevan Noventa tinha participação ativa no sindicato. Ele chegou a participar das negociações das últimas greves da categoria com o poder público. No dia 14 de junho, o deputado cassado chegou a assinar um acordo para suspender o movimento junto com o presidente da Câmara Municipal, Milton Leite, em conjunto com Valmir Santana da Paz, atual presidente do sindicato.

A Justiça determinou o cumprimento de ao menos dez mandados de busca e apreensão em endereços de dirigentes do SindMotoristas na capital paulista, Grande São Paulo, Baixada Santista e Arauá, em Sergipe. A ação, batizada de Operação Chapelier, foi realizada pela 1ª Delegacia Seccional Centro. Não ocorreram prisões.

"Temos provas nos autos que é uma organização criminal armada, em que eles se utilizam ameaças, essa diretoria do SindMotoristas estaria ligada a uma facção criminosa, isso acaba constrangendo empresas e testemunhas que queiram se contrapor a esse esquema criminoso", afirma Roberto Monteiro, delegado do caso.

Ainda segundo o delegado, Valdevan também obrigava associados do sindicato a contratar planos de saúde de empresas, que depois eram repassados como propina para ele e outros dirigentes.


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