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'Me bateram até ficar desacordado, iam me matar', diz jovem que foi agredido junto com a namorada pela PM em praça

Por Daniel Alves em 14/08/2022 às 06:28:34

arcos mostra ferimentos causados após ser agredido por policiais militares em Paineiras

Marcos Mendonça contou a reportagem detalhes de como foi abordado pelos militares em Paineiras, no Centro-Oeste do estado de Minas Gerais.

Policiais Militares agridem casal em praça pública em Paineiras

"Me bateram até eu ficar desacordado, iam me matar", desabafou o fazendeiro Marcos Mendonça, de 23 anos, agredido por dois policiais militares na noite de sexta-feira (12) em Paineiras, no Centro-Oeste de Minas. A namorada de Marcos, Maísa Tavares, de 18 anos, também foi agredida. Nas redes sociais, o governador Romeu Zema (Novo) comentou o caso, que é apurado pela Polícia Militar (PM).

O que diz o jovem agredido

Marcos contou a reportagem que mora em Belo Horizonte, mas estava de passagem em Paineiras, onde tem uma fazenda de criação de gado.

Na noite de sexta-feira, ele, a namorada e alguns amigos estavam na praça central bebendo e se divertindo, quando, de repente, alguém soltou uma bomba.

Marcos afirmou que logo após o barulho, os policiais militares que estavam próximo ao local alegaram que foi ele quem tinha soltado o artefato e, por isso, deram voz de prisão.

"Não foi eu. E quando fui saber porque estavam me prendendo, eles já me jogaram por cima da minha namorada, me derrubaram e começaram a me dar muitos socos, inclusive, quando eu já estava imobilizado. Eles me machucaram demais, a ponto de me desmaiar. Estava desmaiado e apanhando, iam me matar. Minha namorada entrou pra tentar me ajudar e ainda deram um soco no rosto dela", relatou.

Depois disso, Marcos lembra que se levantou, mesmo com dificuldades, quando ele e a namorada foram levados para a viatura.

"Dentro da viatura eles me deram mais uns tapas e fecharam a posta na minha perna. Depois, nós fomos para o hospital fazer corpo de delito e em seguida, me levaram para Bom Despacho, na delegacia da Polícia Civil. Eu fiquei algemado o tempo todo. Estava atrás da viatura, sangrado. Eu poderia ter tido uma fratura e ter morrido lá atrás e nem iam perceber. Bateram muito na minha cabeça", contou.

Na delegacia, Marcos afirmou que ficou algemado na cela até a chegada do advogado, momento em que foi liberado pelos policiais.

"Deveriam estar protegendo a população. Agora estou com dor em todo corpo e meu rosto está destruído. Como se não bastasse, minha namorada também está com hematomas", finalizou.
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