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TEM TRABALHO; TEM VAGAS, PORÉM, FALTA CANDIDATOS PARA OCUPAR

Por Daniel Alves em 28/09/2022 às 05:53:25

Alguns setores estão desesperados em busca de funcionários, mas não conseguem encontrar — se os setores mais atingidos quiserem seus profissionais de volta, eles precisam encontrar formas de tornar seus empregos mais atraentes.

Ao longo dos últimos anos, profissionais estão pedindo demissão em números recordes em muitos países. Alguns estão mudando de carreira, enquanto outros estão pulando de um emprego para outro como forma de progredir mais rápido. Há ainda aqueles que simplesmente abandonaram o mercado de trabalho.

Nos EUA, por exemplo, dados do Escritório de Estatísticas Trabalhistas de agosto de 2022 indicam que o percentual de pessoas empregadas está um ponto percentual abaixo do nível de fevereiro de 2020. Em outras palavras, as pessoas deixaram seus empregos e, em alguns setores e cargos, ainda não retornaram.

Talvez isso não seja surpreendente, considerando as más condições de muitos ambientes de trabalho ao longo da pandemia de covid-19.

A falta de profissionais é mais evidente no setor hoteleiro e no setor de serviços. Vagas de lavadores de pratos, motoristas de caminhão, vendedores, garçons, agentes de aeroportos, enfermeiros domiciliares e funções semelhantes vêm permanecendo em aberto, literalmente, por anos.

Mas isso não acontece porque as pessoas não querem trabalhar, segundo os especialistas. Elas querem melhores empregos, com salários mais altos e melhores condições de trabalho.

As turbulências do mercado de trabalho causadas pela pandemia permitiram que alguns profissionais conseguissem empregos melhores — e, se os setores mais atingidos quiserem seus profissionais de volta, eles precisam encontrar formas de tornar seus empregos mais atraentes.

Por que essas vagas estão em aberto?

Nos EUA, especificamente, os dados demonstram que há muito tempo é difícil ser um profissional do setor de serviços.

Em 2020, por exemplo, os funcionários de lanchonetes em tempo integral ganhavam, em média, cerca de US$ 2 mil (aproximadamente R$ 10,5 mil) por mês — um pouco abaixo da linha da pobreza para uma família de quatro pessoas no país. A quantidade de horas semanais raramente é garantida, tornando difícil para os trabalhadores ter certeza de que sua renda vai dar para pagar as contas no fim do mês ou para providenciar coisas como transporte e creche para os filhos.

Tudo isso, em parte, se deve ao fato de que a taxa de desgaste — ou seja, a taxa de demissão das pessoas com relação ao emprego médio anual — tem sido alta no setor de serviços há muito tempo.

Em 2017, ela foi de 53,8% para os profissionais do varejo; 72,4% para os trabalhadores do setor de hospedagem e alimentação; e de 30,6% para os trabalhadores da indústria.

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