Agência Internacional de Energia Atômica classificou os ataques à Zaporizhzhia como "extremamente perturbadores"
A AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica) disse que a usina nuclear de Zaporizhzhia, na Ucrânia, foi atingida e mais de 12 "poderosas explosões" foram ouvidas na noite de sábado (19.nov.2022) e na manhã de ontem, domingo (20.nov)
Segundo a agência nuclear da ONU (Organização das Nações Unidas), alguns edifícios da usina, sistemas e equipamentos foram danificados. No entanto, os estragos não são um risco para a segurança e proteção do local. Também não houve vítimas.
Em comunicado, o diretor-geral da AIEA, Rafael Grossi, classificou a notícia dos ataques como "extremamente perturbadoras". Eis a íntegra (116 KB, em inglês). "Quem está por trás disso deve parar imediatamente. Como eu já disse muitas vezes antes, vocês estão brincando com fogo!", disse. Grossi também afirmou ser "urgente" a criação de uma zona de segurança e proteção nuclear em torno da usina. Desde setembro, a agência internacional tenta negociar com a Ucrânia e a Rússia o estabelecimento da zona.
Zaporizhzhia é a maior usina nuclear da Europa. Foi tomada oficialmente pelos russos em 5 de outubro, mas ainda é operada por trabalhadores ucranianos. Por causa dos bombardeios, a instalação foi desconectada em 3 de novembro.
Desde a invasão russa ao país, tanto Kiev quanto Moscou se acusam mutuamente de atacar a usina e arriscar um acidente nuclear. Sobre as ofensivas deste fim de semana (19-20.nov), a estatal ucraniana de geração de energia nuclear, Energoatom, afirmou em seu canal do Telegram que as forças russas eram as responsáveis.
"Militares russos estão, mais uma vez, promovendo uma chantagem nuclear [com os ataques] e suas ações estão colocando em perigo o mundo inteiro!", disse. Já o Ministério de Defesa da Rússia culpou a Ucrânia. Disse em comunicado que os ucranianos "não param com suas provocações destinadas a criar uma ameaça de catástrofe provocada pelo homem na usina nuclear de Zaporizhzhia".