DESEMPREGO, 44 mil funcionários da Americanas vivem rotina de insegurança

Sindicatos pedem bloqueio de R$ 1,5 bilhão dos executivos da empresa para garantir direitos trabalhistas

A rotina dos 44 mil trabalhadores da Americanas passou a ser de incerteza desde que foi revelado um rombo contábil de R$ 43 bilhões nas contas da empresa. Eles estão inseguros sobre os empregos, os salários e o recolhimento de direitos trabalhistas. Por isso, decidiram agir coletivamente e de forma preventiva na Justiça do Trabalho.

Oito centrais sindicais entraram com uma ação civil pública, na 8ª Vara do Trabalho, em Brasília, pedindo o bloqueio de R$1,5 bilhão dos executivos da empresa - Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira.

"Neste momento, não se tem certeza, por exemplo, se o FGTS está sendo depositado", observa a advogada Fernanda Giorgi, que representa o escritório que protocolou a ação em nome dos sindicatos.

Além dos trabalhadores que estão atuando nas 1.700 lojas da rede pelo País, há os casos de profissionais que movem 17 mil ações contra as empresas do grupo. A ação busca garantir os recursos para esses custos também.

Pagamentos
Fernanda Giorgi chama atenção para ações que bancos credores da Americanas estão ganhando na Justiça para garantir os pagamentos. "Isso já tira parte do dinheiro. A gente quer que os trabalhadores tenham essa mesma garantia, porque eles não recebem os lucros das empresas, vivem de seus salários, e não podem pagar pelo prejuízo."

Nesta entrevista exclusiva ao SBT News, Fernanda Giorgi detalha o foco e os argumentos da ação e a situação dos funcionários.

Assista:

A Americanas está em processo de recuperação judicial e tem prazo de dois meses para apresentar um plano de recuperação. A Comissão de Valores Mobiliários, que regula o mercado de ações, está investigando se houve fraude e a responsabilidade dos acionistas.