O falso médico Thiago Celso Andrade Reges, 36 anos, preso em Fortaleza por exercer de forma ilegal medicina, trabalhou de forma ilícita em, pelo menos, quatro hospitais públicos nas cidades de Itapajé, Mulungu, Baturité e Pentecoste, no interior do Ceará. Somente em Itapajé ele recebeu salário mensal de R$ 42.500. Com o salário, ele levava uma vida de ostentação exibida nas redes sociais.
A captura de Thiago ocorreu em 17 de março, no Bairro Cocó, em um prédio da área nobre da capital cearense. Além do exercício ilegal da medicina, ele é investigado por estelionato e falsidade ideológica e de documentos, pois tentou validar um falso diploma. O caso corre em segredo de Justiça. Além disso, o homem responde por tráfico internacional de mulheres, no Acre.
Em 2020, por meio de uma decisão judicial, o falso médico conseguiu que a reitoria da Universidade Estadual do Ceará (Uece) aprovasse a revalidação nacional do diploma de médico supostamente obtido da Universidad Privada Abierta Latinoamericana, na Bolívia.
Na ocasião, ele chegou a ser registrado no Conselho Regional de Medicina do Ceará (Cremec). Posteriormente, foi descoberto que o diploma era falso e que o homem não havia concluído o curso.
Durante as investigações, conduzidas pelo 5º Distrito Policial do Ceará, foi verificado que o Cremec já havia recolhido a carteira do órgão, que havia sido obtida de forma fraudulenta e instaurado procedimento administrativo contra o suspeito.
No ano da revalidação do falso diploma, Thiago Celso atuou como plantonista no Hospital e Maternidade João Ferreira Gomes, em Itapajé.
Conforme consta no site da Prefeitura de Itapajé, o suspeito trabalhou na unidade, com vínculo temporário, de setembro a outubro de 2020. Durante o período, foi registrado na folha de pagamento do município que o falso médico recebeu salários de R$ 22.500 a R$ 42.500 pelos plantões.
Esse é o segundo caso de falso médico no mesmo hospital de Itapajé. Em julho de 2022, a administração municipal identificou que um PM preso por se passar por médico foi enviado como substituto de plantonistas fixos em três ocasiões na unidade. Na ocasião, a prefeitura informou que os prontuários dos pacientes atendido seriam revisados.