O Ministério Público do Paraná (MP-PR) disse que Kenny Aisley Rogério Vasconcellos Martins, de 37 anos (foto), acusado de matar a esposa com um tiro na cabeça, a policial militar Daniela Carolina Marinelo Martins, tinha "um comportamento controlador", além de "vigiar as conversas e redes sociais dela".
O crime aconteceu em 1º de setembro, na residência onde o casal morava, em Maringá, norte do estado. Kenny foi preso no mesmo dia. A vítima tinha 36 anos e estava há 10 na Polícia Militar.
A defesa dele informou que vai aguardar o andamento do processo para avaliar as provas.
O homem foi denunciado pelo Ministério Público por homicídio com quatro qualificadoras: motivo torpe, recurso que dificultou a defesa da vítima, feminicídio e por emprego de arma de fogo de uso restrito ou proibido.
A Justiça pode, ou não, aceitar a acusação.
Segundo a denúncia do MP, Kenny e Daniela mantiveram o relacionamento por um ano, e celebraram o matrimônio em julho deste ano no regime de comunhão universal de bens.
Além disso, formalizaram um acordo antinupcial com uma cláusula que citava a perda total dos bens para a parte causadora em situação de descoberta de traição.
De acordo com o MP, Kenny se mudou para a casa de Daniela e dos três filhos dela. A denúncia afirma que "as brigas entre o casal eram constantes", o que teria resultado no distanciamento da policial de familiares e amigos.
Na acusação, o Ministério Público argumenta que Daniela, no dia do crime, discutiu o marido porque estava desconfiada de uma possível traição dele.
Após a briga, os dois foram dormir em uma bicama porque o quarto deles passava por uma reforma.
Segundo o MP, Kenny, "enfurecido pela discussão e movido pelo temor da possibilidade de separação com base na cláusula de traição", pegou a arma de esposa policial e atirou na cabeça dela.
O MP afirma que Kenny teria simulado o suicídio da esposa, posicionando o cano da arma na lateral direita do crânio dela.
Depois do disparo, ele teria começado a gritar, chamando a atenção de vizinhos e dizendo que a esposa tinha se matado.
Socorristas do Samu e Siate levaram a policial a um hospital de Maringá, onde ela teve a morte confirmada.
Em depoimento, o homem contou à Polícia Civil que Daniela estava em pé no momento do disparo.
A Delegacia de Homicídios de Maringá, que investigou o caso, tem outro entendimento. Segundo o inquérito policial, os vestígios de sangue na parte superior da cama mostram que a vítima estava deitada.