Um homem preso em flagrante por furto ameaçou um juiz durante a audiência de custódia realizada no Rio Grande do Norte e disse que era mais perigoso que o conhecido traficante Fernandinho Beira-Mar. O detido ainda declarou que explodiria a casa do magistrado e o chamou de "cachorro".
O caso aconteceu no dia 26 de setembro, em uma audiência realizada por videoconferência e as imagens passaram a circular nas redes sociais. Ele recebeu determinação de prisão preventiva e também poderá responder por desacato.
"Sou mais perigoso que Fernandinho Beira-Mar. Só basta eu estralar um dedo e o fórum da sua casa explode. E quem vai lá sou eu pipocar, se o senhor me der uma cadeia. Confirma o senhor, com quem o senhor está falando aqui? (...) ainda bem que o senhor sabe quem é autoridade aqui também", disse o homem.
O criminoso tinha sido preso em flagrante junto com uma mulher, por furto. Eles foram detidos pela população, que acionou a polícia. Após a audiência de custódia, a mulher foi liberada para responder em liberdade, já que não tinha antecedentes criminais.
Já o homem teve a prisão mantida. Segundo o Ministério Público, ele tinha registros de ameaça, roubo com extorsão, desobediência policial, entre outros crimes. Quando foi questionado se tinha algo a reclamar da prisão, o homem disse que foi bem tratado pelos policiais.
"Os policiais foram gentis comigo. Eu tenho reclamação com a população que feriu meu olho. Faz dois dias que eu durmo na delegacia comendo salsicha e os policias me dando, vou reclamar da polícia? A polícia me tratando com respeito, mais do que a população da cidade? A polícia está de parabéns", disse.
No entanto, quando ouviu a decisão judicial a respeito da prisão, o homem voltou a ofender o juiz. "Vai vestir uma fralda, cachorro", disse. O juiz Felipe Barros determinou que o microfone do preso fosse fechado e informou aos policiais que ele já poderia ser retirado da sala onde estava.
Além da prisão preventiva, o magistrado determinou apuração de nova conduta criminosa de desacato a todos os presentes (além dele, o representante do Ministério Público e a defensora pública responsável pela própria defesa do homem).
"Determino oficiar ao GSI (gabinete de segurança institucional) do Tribunal para ficar de olho nessa pessoa, apesar de que eu não me senti em nenhum momento ameaçado. Me parece mais ser um mal educado mesmo, do que qualquer outra coisa", afirmou o juiz.