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Polícia armou coffee break para atrair e prender policial penal suspeito de entregar celulares a presos

Por Daniel Alves em 06/11/2024 às 07:50:05

Dinheiro, arma e outros objetos apreendidos na residência do policial.

José Ramony Emanuel de Melo Costa teve a prisão em flagrante convertida em preventiva. Policiais acharam vários celulares e R$ 40 mil em imóveis do policial penal.

A polícia armou uma reunião com coffee break para prender o policial penal José Ramony Emanuel de Melo Costa, de 29 anos, ex-diretor de presídios e suspeito de facilitar a entrada de celulares para detentos de unidades prisionais da Região Metropolitana de Fortaleza.

Ramony foi convidado, na última quinta-feira (31), para um evento no presídio e foi capturado no intervalo para café e lanche, conhecido como coffee break. Após a refeição, ele foi retirado e levado para a sala da direção, onde policiais civis e penais o aguardavam para prendê-lo. Lá, ele recebeu voz de prisão.

Na sexta (1º), ele passou por uma audiência de custódia, ocasião em que teve a prisão temporária convertida em preventiva.

O policial penal informou ao juiz durante a audiência de custódia que tinha sido chamado para uma reunião de inauguração de uma empresa no interior de uma unidade prisional. No local, estavam todos os membros do corpo diretivo e gestores.

O advogado do policial penal, Walmir Medeiros, afirmou que "não há nenhum indício" de que José Ramony tenha cometido o crime do qual é suspeito e que ele já havia combatido a entrada de celulares nos presídios.

"Por enquanto, não há provas contra ele, além de depoimentos de presos, presos dizendo que foi ele que colocou aqui. Muitas vezes se faz isso para culpar alguém, exatamente alguém que estava sendo contra, alguém que estava prejudicando", disse a defesa.

Além do mandado de prisão temporária, a polícia cumpriu um mandado de busca e apreensão contra o ex-diretor. Na ocasião, foram apreendidos diversos aparelhos celulares, mais de R$ 40 mil em espécie, além de um carro de luxo do policial.

O agente foi autuado por corrupção passiva majorada e associação criminosa. Durante a audiência, ele negou as acusações e afirmou que o dinheiro encontrado com ele seria para o conserto do carro.

"Esse dinheiro eu ia destinar ele para pagar o conserto do meu carro, que ele tá com vazamento de óleo, enfim, trocar o óleo do câmbio. Esse dinheiro que estava lá era para isso. [...] Eu não sou criminoso, eu não sou bandido", disse o agente, aos prantos.
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