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Líder religioso e 'pai espiritual' é condenado a 13 nos de prisão por abusar sexualmente de adolescentes

Por Daniel Alves em 14/11/2024 às 06:11:28

Gilmar Ferreira Maróstica foi denunciado por dez adolescentes e chegou a ser 'punido' pela igreja com 90 dias de afastamento.

Gilmar Ferreira Maróstica foi denunciado por dez adolescentes e chegou a ser 'punido' pela igreja com 90 dias de afastamento. Ele negou as acusações, por meio de seu advogado, e está recorrendo da condenação em liberdade.

O pastor Gilmar Ferreira Maróstica, condenado por abusar de adolescentes em Guaraí, na região centro-norte do estado, era visto como líder religioso nas igrejas onde passava, conquistando a confiança dos fiéis com suas pregações e conselhos. Apesar da reputação, ele acabou sendo condenado a mais de 13 anos de prisão por abusos contra jovens no âmbito religioso.

Gilmar foi condenado pelos crimes de estupro, ato libidinoso e conjunção carnal mediante fraude religiosa ou abuso de autoridade. A defesa dele negou as acusações e afirmou que ele é inocente e alegou que não existem provas que sustentem as acusações. Também afirmou que recorreu da decisão e aguarda julgamento, ressaltando que ele permanece amparado pela presunção de inocência.

Segundo a denúncia do Ministério Público Estadual, ele teria cometido os crimes contra jovens entre 15 e 16 anos enquanto coordenava um grupo de jovens da igreja Embaixada Apostólica Filadélfia, em Guaraí.

Conforme relatos, sempre usando a bíblia, ele convencia meninos e meninas da cidade a participarem das atividades da igreja. Quem estava no grupo, a princípio o via como a figura de um 'pai' ou um 'conselheiro espiritual'.

O promotor de justiça Adriano Ziza explicou que o líder religioso costumava se aproximar dos que não tinham pai, para 'ocupar' esse lugar e afeto e conseguir aliciar os jovens.

Depois de anos coordenando o grupo, a partir de 2019 algumas das vítimas começaram a vivenciar momentos estranhos com o pastor, que afirmava ser "pecado sentir prazer sexual". A partir disso, a credibilidade do líder religioso começou a desmoronar, pois denúncias de abuso sexual foram registradas na polícia e no MPE.

Vítimas deram detalhes sobre os traumas que sofreram à TV Anhanguera. Os abusos ocorriam em atendimentos em grupo e individuais com os integrantes da igreja. Com as meninas, os relatos apontam que o pastor criava situações para ficar a sós com elas.

"Ele pregava todo sábado e todo domingo que ninguém podia se levantar contra o ungido do senhor e eu cresci ouvindo isso. Então por isso eu não contei para ninguém", disse uma das vítimas.

Uma jovem relembrou que Gilmar a trancou em uma sala e mostrou o pênis. "Me senti acuada ao extremo de me calar, ao extremo de ficar mais triste do que já estava", afirmou.

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