Gilmar foi condenado pelos crimes de estupro, ato libidinoso e conjunção carnal mediante fraude religiosa ou abuso de autoridade. A defesa dele negou as acusações e afirmou que ele é inocente e alegou que não existem provas que sustentem as acusações. Também afirmou que recorreu da decisão e aguarda julgamento, ressaltando que ele permanece amparado pela presunção de inocência.
Segundo a denúncia do Ministério Público Estadual, ele teria cometido os crimes contra jovens entre 15 e 16 anos enquanto coordenava um grupo de jovens da igreja Embaixada Apostólica Filadélfia, em Guaraí.
Conforme relatos, sempre usando a bíblia, ele convencia meninos e meninas da cidade a participarem das atividades da igreja. Quem estava no grupo, a princípio o via como a figura de um 'pai' ou um 'conselheiro espiritual'.
O promotor de justiça Adriano Ziza explicou que o líder religioso costumava se aproximar dos que não tinham pai, para 'ocupar' esse lugar e afeto e conseguir aliciar os jovens.
Depois de anos coordenando o grupo, a partir de 2019 algumas das vítimas começaram a vivenciar momentos estranhos com o pastor, que afirmava ser "pecado sentir prazer sexual". A partir disso, a credibilidade do líder religioso começou a desmoronar, pois denúncias de abuso sexual foram registradas na polícia e no MPE.
Vítimas deram detalhes sobre os traumas que sofreram à TV Anhanguera. Os abusos ocorriam em atendimentos em grupo e individuais com os integrantes da igreja. Com as meninas, os relatos apontam que o pastor criava situações para ficar a sós com elas.
"Ele pregava todo sábado e todo domingo que ninguém podia se levantar contra o ungido do senhor e eu cresci ouvindo isso. Então por isso eu não contei para ninguém", disse uma das vítimas.
Uma jovem relembrou que Gilmar a trancou em uma sala e mostrou o pênis. "Me senti acuada ao extremo de me calar, ao extremo de ficar mais triste do que já estava", afirmou.