Operação Fênix Fraudulenta: Polícia Civil desarticula grupo criminoso investigado por lavagem de dinheiro Foto: SSP/SE
A Polícia Civil de Sergipe prendeu duas pessoas e cumpriu 10 decisões judiciais de busca a apreensão, durante uma operação realizada nesta quarta-feira (22), contra um grupo investigado por lavagem de dinheiro com prejuízo de mais de R$ 1,2 milhão à instituições financeiras.
A operação batizada de "Fênix Fraudulenta" investigou suspeitos de lavagem de dinheiro obtido em empréstimos bancários direcionados a empresas nas cidades de Estância, Itabaiana e Aracaju. Ainda de acordo com a Polícia Civil, há também decisão judicial de busca sendo cumprida em Maceió (AL), onde funciona um dos escritórios do grupo.
Segundo as investigações, com os valores obtidos de forma fraudulenta, os investigados faziam a lavagem de dinheiro por meio da venda de celulares e de joias de ouro e da disponibilização de empréstimos em cartões de crédito. Em um único dia, foi movimentado R$ 120 mil. Além de lavagem de dinheiro, o grupo é investigado por estelionato, falsidade ideológica e organização criminosa.
Segundo o delegado Renato Tavares, as investigações tiveram início em torno de apurações sobre práticas de receptação e lavagem de dinheiro. "Com o aprofundamento da investigação, descobrimos um núcleo em Aracaju que fazia esses empréstimos".
Após contraírem os empréstimos e receberem os valores, os integrantes passavam as empresas para nomes de laranjas e davam baixa. "Quando as instituições financeiras iam fazer as cobranças não encontravam as pessoas responsáveis pelas empresas que contrataram os empréstimos", disse.
Com os valores, os integrantes compravam celulares, joias de ouro e relógios para a revenda. A investigação identificou ainda um suspeito em Estância responsável por uma loja de celulares. A empresa não tinha alvará de funcionamento junto à prefeitura e não emitia nota fiscal.
Ainda no decorrer da apuração policial, foi identificado que além de Aracaju, Estância e Itabaiana, existem outros vínculos dos investigados em cidades sergipanas e também em outros estados.
Mesmo com atividades de venda de celulares e de cursos para concurso a fim de lavar o dinheiro obtido nos empréstimos, o grupo ainda passou a atuar com empréstimos no cartão de crédito. As empresas criadas também possuíam dívidas com a Secretaria da Fazenda, já que vendiam aparelhos sem notas fiscais.
A operação foi intitulada como Fênix Fraudulenta em razão da atividade do grupo criminoso, que criava empresas com vistas a adquirir empréstimos bancários. Após obterem os valores, os integrantes do grupo criminoso modificavam a titularidade da empresa e repassavam o dinheiro para outros locais, fazendo a lavagem dos valores. Assim, as empresas ressurgiram e houve a continuidade dos golpes.