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SERGIPE: Estado registra 2ª maior taxa de desemprego do país

Por Daniel Alves em 04/02/2021 às 17:39:41

Em 2020, Sergipe ficou atrás apenas da Bahia. Segundo economista, melhorias no quadro dependem da vacinação e fim da pandemia

Com taxa de desemprego de 20,3 pontos percentuais, Sergipe se consagra o segundo Estado com o maior número de desempregados do país, ficando atrás somente do Estado da Bahia, que registrou 20,7%. Em terceiro lugar ficou Alagoas, com taxa de 20% de desemprego em 2020. Quando comparados com a realidade nacional, que está com taxa de desocupados de 14,5%, os estados nordestinos, sobretudo Sergipe, demonstra uma situação preocupante, com cerca de cinco pontos percentuais acima da média nacional.

Apesar de 2021 ter iniciado com o Programa Nacional de Imunização em (PNI), não tem vacina suficiente para todos os brasileiros neste momento e isso reflete diretamente na economia do país, segundo aponta o dirigente do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Sócio Econômicos em Sergipe (Dieese), Luís Moura.

Segundo ele, as perspectivas de melhorias no quadro de empregos formais no país dependem da vacinação, do fim do isolamento e da pandemia do novo coronavírus. Portanto, com o andamento lento do PNI, a situação tende a agravar em 2021. "Com a pandemia, várias atividades da economia paralisaram e afetou diretamente o emprego. No caso de Sergipe, tivemos uma queda no estoque dos empregos de mais de 4.400 trabalhadores. O Brasil teve um superávit de 142 novas vagas, mas Sergipe teve um déficit de mais de quatro mil. Então, quando você olha os setores dinâmicos no emprego no Estado esses setores foram afetados pela crise, como o caso do comércio, a construção civil, o setor de serviços", explica o economista.

Ainda conforme Moura, no segundo semestre de 2020, o Estado registrou uma pequena recuperação em números de empregos formais, sobretudo no setor da indústria, no entanto, não foi suficiente para recuperar os empregos perdidos durante a pandemia. "Por exemplo, o setor de serviços é o que mais emprega, mas hoje é o que mais tem dificuldade em retornar suas atividades plenamente. Estamos falando de serviços de bares e restaurantes, hotéis, serviços de ensino privado, serviços pessoais etc. Esse setor não recuperou a capacidade de gerar emprego na pandemia. E sem a vacina, sem a retomada da normalidade, mesmo que seja um novo normal, dificilmente esse setor vai se recuperar a ponto de gerar empregos em patamares como antes da pandemia. Vai levar um tempo para o Estado de Sergipe recuperar o nível de emprego que 2014, que foi o nosso melhor ano, com taxa de desemprego baixa", analisa Moura.

As regiões mais pobres do país, como o Nordeste, foram as mais afetadas economicamente, segundo aponta o especialista e, além disso, também será a região que enfrentará maiores dificuldades em atrair investidores. "Infelizmente, talvez o ano de 2021 repita a situação que vivemos em 2020, ou pelo contrário, se agrave por conta de não ter uma vacina que corresponda a totalidade da população", acredita Moura.

O ano de 2021 começou e a população dependente do Auxílio Emergencial, benefício destinado para quase 68 milhões de pessoas, teve esse direito retirado. Com isso, especialistas preveem um agravamento da pobreza no país. Muitas famílias dependeram do pagamento dos iniciais R$ 600 e posteriores R$ 300 liberados pelo Governo Federal como garantira para compra de itens básicos e fundamentais para sobrevivência durante a pandemia, como arroz, feijão, macarrão etc. Além disso, a população se deparou com aumentos consideráveis de impostos sobre determinados produtos essenciais durante o ano. Com o fim do auxílio, o país poderá ter milhares de pessoas cruzando a linha da pobreza extrema.

A estimativa, conforme divulgado no portal G1, é de que o fim do auxílio vá deixar ao menos 63 milhões de pessoas vivendo abaixo da linha da pobreza e 20 milhões de pessoas abaixo da linha da pobreza extrema. São brasileiros que não sabem mais como vão pagar as contas e colocar comida na mesa enquanto a pandemia segue com números altos de mortes e novos casos. Núcleo de Apoio ao Trabalhado (NAT) Em 2020, o Núcleo de Apoio ao Trabalho (Nat) captou 836 vagas de trabalho. Número que mostra o reflexo da pandemia por representar 660 vagas a menos do que foi captado em 2019, quando 1.496 vagas de emprego foram disponibilizadas no Estado. A instituição inscreveu 3.527 trabalhadores e 2.902 foram encaminhados aos empregadores em 2020, números também reduzidos quando comparados com o ano anterior à pandemia.

O núcleo é vinculado à Secretaria da Justiça, do Trabalho e da Defesa do Consumidor (Sejuc), e atua no Estado como uma ferramenta de promoção à cidadania, com missão de auxiliar o trabalhador no acesso ou recolocação profissional no mercado. Ainda no ano de 2020, o NAT contabilizou 6.614 habilitações de seguro desemprego, 23.175 atendimentos ao trabalhador e ao empregador, totalizando 37.054 atendimentos. O superintendente do NAT, Diego Matos, avaliou os resultados obtidos como positivos diante de um cenário pandêmico provocado pela Covid-19. "Os resultados foram positivos, apesar da pandemia. No final do ano, fizemos algumas grandes seleções. Um supermercado atacadista, localizado em Aracaju, abriu mais de 300 vagas para nós. Ainda com o atendimento efetivo de 30% no NAT, conseguimos mobilizar vários trabalhadores e encaminhá-los ao mercado de trabalho", destacou.

O superintendente do NAT mencionou que acredita que, com a vacina contra a Covid-19, a economia deverá recuperar, em breve, o patamar anterior à pandemia, possibilitando a recolocação profissional de ainda mais pessoas no Estado e em todo o país. "Com a chegada da vacina, esperamos que os serviços voltem a ser operacionalizados na íntegra. No balanço que falo em relação à economia, eu acredito que nós passamos pelo pior. Agora, os setores econômicos estão começando a dar uma respirada. Eu acredito que a variação de empregos – a diminuição de postos de trabalho e a criação de vagas – será positiva", finalizou.


Dicas podem ajudar a conquistar uma vaga de emprego


Ao encarar as oportunidades em 2021, os sergipanos deverão estar preparados para não deixar nada passar. De acordo com Matos, o primeiro passo é a construção de um bom currículo. "O documento deve conter informações profissionais e qualificações que o candidato tenha obtido e que correspondam à vaga pretendida na empresa. Nesse sentido, uma pesquisa sobre a empresa pode nortear o candidato.

A preparação para uma boa entrevista de emprego também passa pela confiança, assim todas as informações precisam ser verídicas e o candidato precisa estar seguro que está preparado para iniciar a jornada na nova empresa. A linguagem corporal também impacta no andamento da entrevista de emprego", orienta o superintendente. Ele ainda ponta as principais características que um profissional deve ter para desenvolver bom trabalho em cada empresa, sendo elas profissionalismo, comprometimento, proatividade e iniciativa própria. "Além disso, a vontade de aprender, a comunicação, a habilidade do trabalho em equipe são, também, itens fundamentais que o bom profissional precisa ter no ambiente de trabalho", ressalta.

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