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POLICIAIS realizam operação contra grupos suspeitos de neonazismo

Por Daniel Alves em 16/12/2021 às 07:05:50

Mapa operacional de combate a grupos NEONAZISTAS.

Operação Bergon visa cumprir 31 mandados de busca e apreensão, além de quatro prisões, em sete estados. No Rio, hĂĄ 15 alvos em diferentes municĂ­pios

Suspeitos de cometerem crimes de racismo e antissemitismo nas redes sociais são alvo da Operação Bergon, deflagrada na manhã desta quinta-feira, dia 16, nos estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Rio Grande do Norte, ParanĂĄ, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

A ação é resultado de sete meses de investigação da Dcav (Delegacia da Criança e Adolescente VĂ­tima), especializada da PolĂ­cia Civil do Rio, e do Gaeco (Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado), do Ministério PĂșblico fluminense. O trabalho também conta com apoio do Ministério da Justiça e Segurança PĂșblica (MJSP).
O objetivo da ação é cumprir 31 mandados de busca e apreensão e quatro de prisão temporĂĄria. Segundo as investigações, os suspeitos estariam disseminando ódio nas redes sociais e dispostos a praticar atos de violĂȘncia, como lesões corporais e até homicĂ­dios contra as vĂ­timas. Pelo menos um jovem jĂĄ foi preso, em Valença, no sul fluminense.

Investigação a partir de prisão de filho de desembargador
A partir da anĂĄlise dos eletrônicos apreendidos com Fabiano Mai, 18 anos, que matou trĂȘs crianças e duas professoras a facadas em uma creche de Saudades, Santa Catarina, em maio deste ano, foram encontradas conversas, pela internet, de ódio e racismo com jovens de diversos estados brasileiros.
Conforme a reportagem revelou, o filho de um desembargador do Tribunal de Justiça do Rio, com transtornos mentais, fazia parte dessa rede de conversas com Mai, e foi preso cinco dias após o ataque em Saudades, por agentes da Dcav. Ele postava mensagens de ódio contra negros e judeus, além de concordar com atos de homicĂ­dio.
Em sua residĂȘncia, em Copacabana, na Zona Sul do Rio, foram apreendidos quatro videogames, um notebook e um celular, que passaram por perĂ­cia do Instituto de CriminalĂ­stica Carlos Éboli (ICCE). Através da extração dos dados, foi possĂ­vel identificar pelo menos trĂȘs grupos neonazistas em sete estados brasileiros.
"Por tudo que se verifica, dĂșvidas não restam de que todos integrantes dos grupos (...), bem como aqueles que trocaram mensagens diretas de conteĂșdo nazista com (...) ou que veicularam imagens de conteĂșdos discriminatórios em redes sociais, conforme exaustivamente demonstrado acima, integram associações criminosas voltadas à prĂĄtica de instigação a ações violentas conta vĂ­timas de grupos determinados, tendo por influĂȘncia ideologias extremistas que perpetuam o racismo e o preconceito", diz trecho do relatório policial produzido pela especializada.
Parte das conversas entre Mai e outros jovens brasileiros foi disseminada para as polĂ­cias civis pelo Ministério da Justiça, que contou com o compartilhamento de informações da AgĂȘncia de Investigações de Segurança Interna (Homeland Security Investigations – HSI), da Embaixada dos Estados Unidos, em BrasĂ­lia. Através dessa trabalho, desde maio, jĂĄ foram realizadas prisões de simpatizantes nazistas no Brasil e que discorriam sobre homicĂ­dios motivados por ódio.
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