Segundo a Polícia Civil do Maranhão, tudo indica que os ossos sejam da idosa, que criava cerca de 150 cachorros em casa e morava sozinha.
Outra suspeita é que os animais tenham comido o corpo da aposentada. Uma das linhas de investigação é que a idosa tenha tido morte natural e, como os cães ficaram sem comida, acabaram se alimentando do corpo dela. O caso ainda será investigado pela Polícia Civil.
A ossada foi encontrada após uma equipe da Unidade de Vigilância em Zoonoses de São Luís ir, na manhã desta sexta, até a casa da idosa para fazer mais uma retirada de cães do local, por causa de uma determinação da Justiça do Maranhão (entenda o caso abaixo).
Como a aposentada não atendeu ao chamado da equipe, os agentes foram até a Delegacia do Meio Ambiente relatar o caso. A polícia foi ao local e teve acesso à casa da idosa. Na residência estava apenas os cães e a ossada.
Os ossos foram levados para o Instituto Médico legal (IML), o qual deve confirmar a identidade da vítima e a causa da morte.
De acordo com vizinhos da idosa, desde a última segunda-feira (21) que eles não viam nenhuma movimentação de Camélia em casa e nem ela saindo para pegar ração para os animais.
Desde 2021, que a Justiça do Maranhão tinha determinado a retirada progressiva dos cães da residência da aposentada. A estimativa, na época, era que ela tinha mais de 100 cães, uma quantidade elevada de animais que causava transtornos para os vizinhos e oferecia risco à saúde pública.
"A gente teve que fazer um sistema de isolamento, porque é difícil dar aula com esse barulho infernal que tem aqui, sem falar o odor. A situação é a pior possível, um barulho infernal. A casa é imunda, é uma fedentina. Isso é um problema de saúde pública", afirmou Geiza Oliveira, diretora de uma escola localizada ao lado da residência.
A primeira etapa da decisão foi cumprida no dia 23 de fevereiro de 2021, com a captura e retirada de 15 cachorros. Os animais foram levados para o Centro de Controle de Zoonoses de São Luís.
A decisão de retirada dos animais foi da juíza Laysa Martins Mendes, da 7ª Vara da Fazenda Pública, a qual determinou que os animais fossem retirados progressivamente, a cada 20 dias, até restarem cinco. A determinação foi tomada após ação da 16ª Promotoria de Justiça Especializada de São Luís.
Também foi determinado, em 2021, que a idosa fosse inserida em programa de acompanhamento por equipe multiprofissional da Rede de Atendimento Domiciliar e de Atenção Básica, bem como por profissionais da Coordenação da Saúde Mental do Município de São Luís para avaliação e tratamento médico e psicológico.
Além disso, o Município de São Luís foi obrigado a providenciar relatório médico psiquiátrico da idosa com o objetivo de averiguar eventual transtorno de acumulação de animais ou outras doenças existentes.