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Prédio de TV em GAZA é atingindo por mísseis israelense e desmorona

Por Daniel Alves em 15/05/2021 às 12:17:50

O prédio residencial e comercial desmoronou

Dez pessoas de uma família palestina, incluindo oito crianças, foram mortas neste sábado por mísseis israelenses que atingiram um prédio que abrigava a agência de notícias Associated Press e a emissora Al Jazeera.

Dez pessoas de uma mesma família palestina, incluindo oito crianças, foram mortas neste sábado (15) em um bombardeio israelense na Faixa de Gaza, informaram fontes médicas.


Além disso, um prédio de 12 andares na Faixa de Gaza que abriga os escritórios da Associated Press (AP), dos Estados Unidos, e da emissora Al Jazeera, do Catar, desabou neste sábado, após ser atingido por mísseis israelenses, informaram as agências Reuters e France Presse. Não há informações de feridos.

Jawad Mehdi, proprietário do edifício Jala, afirmou que um oficial da inteligência israelense o avisou antes do ataque que ele tinha uma hora para evacuar o prédio. Ele solicitou 10 minutos adicionais para os repórteres embalarem seus equipamentos, mas teve o pedido recusado, segundo a France Presse.


"Um ataque israelense destruiu o prédio que abrigava os escritórios da AP em Gaza", disse Jon Gambrell, jornalista da agência de notícias, no Twitter. "O Exército avisou o proprietário do prédio onde fica o escritório da AP que o local seria alvo de um bombardeio", escreveu pouco antes do ataque.

Outro jornalista da AP, que pediu para não ser identificado, disse que todos os funcionários estavam bem, mas em estado de choque.

A rede de televisão Al Jazeera confirmou no Twitter que seus escritórios ficavam no prédio e transmitiu ao vivo as imagens da torre desabando e sendo reduzida a uma montanha de escombros.


As Forças Armadas israelenses confirmaram que "atacaram um prédio que abrigava alvos militares, pertencente à inteligência militar da organização terrorista Hamas". Segundo o comunicado, o Hamas "esconde e usa como escudo humano" os meios de comunicação que estavam no edifício.

A agência de notícias americana AP declarou estar "chocada e horrorizada" com o ataque israelense. "Este é um acontecimento incrivelmente perturbador. Nós evitamos por pouco uma terrível perda de vidas", disse o chefe da agência, Gary Pruitt, em um comunicado. "O mundo ficará menos informado sobre o que está acontecendo em Gaza por causa do que aconteceu hoje", acrescentou.

O secretário de imprensa da Casa Branca informou no Twitter que os EUA comunicaram aos israelenses que garantir a segurança dos jornalistas e dos meios independentes é "uma responsabilidade suprema".

Ataques prosseguem

Dez pessoas de uma mesma família palestina, incluindo oito crianças, foram mortas neste sábado em um bombardeio israelense na cidade de Gaza, segundo fontes médicas palestinas.

O ataque atingiu a casa da família Abu Hatab, no campo de refugiados de Al-Shati. O prédio de três andares em que estavam desabou após o bombardeio.

A mãe e seus quatro filhos - com entre 5 e 15 anos - morreram. Quatro primos - com entre 8 e 14 anos - e sua mãe, que os visitavam por ocasião do Eid al-Fitr, que marca o fim do Ramadã, também morreram.

Os dois pais, Aala Abu Hattab e Mohamad Al Hadidi, que estavam do lado de fora do prédio, sobreviveram, assim como um bebê de cinco meses, que foi hospitalizado. A criança sobreviveu porque a mãe se fez de "escudo humano" para protegê-la.

As crianças "estavam seguras em casa, não carregavam armas, não disparavam foguetes", disse Mohammad Al Hadidi. "Usavam roupas novas para o Eid al-Fitr".

O chefe do Hamas, Ismail Haniyeh, denunciou em um comunicado "um massacre hediondo no campo de Al-Shati".

Israel atingiu a Faixa de Gaza com ataques aéreos e militantes palestinos lançaram foguetes em Tel Aviv e outras cidades neste sábado. Diplomatas americanos e árabes procuram acalmar a situação, porém, ainda sem sucesso (leia mais abaixo).

Durante a madrugada, militantes palestinos dispararam cerca de 200 foguetes contra cidades israelenses, e aviões de Israel atingiram o que seriam alvos usados pelo Hamas, o grupo islâmico que comanda Gaza.

Pelo menos 139 pessoas, incluindo 39 crianças, foram mortas em Gaza desde o início do conflito na segunda-feira (10), informaram médicos palestinos. Já Israel registrou 10 mortos, incluindo duas crianças. No saldo de feridos, são 1.000 palestinos e 560 israelenses.

O bombardeio israelense matou durante a noite de sexta e madrugada de sábado mais de 15 palestinos em Gaza, disseram médicos, incluindo a família palestina.

Os militares israelenses disseram neste sábado que cerca de 2.300 foguetes foram disparados de Gaza contra Israel desde segunda-feira, com cerca de 1.000 interceptados por defesas antimísseis e 380 caindo na Faixa de Gaza.

Sirenes soaram repetidamente em Tel Aviv neste sábado e milhares de israelenses correram para se abrigar. Um foguete atingiu um prédio residencial no subúrbio do centro comercial de Ramat Gan, matando uma pessoa, disseram médicos.

Em Gaza, Akram Farouq, 36 anos, saiu correndo de sua casa com sua família depois que um vizinho disse a ele que havia recebido uma ligação de um oficial israelense avisando que seu prédio seria atingido.

"Não dormimos a noite toda por causa das explosões e agora estou na rua com minha esposa e filhos, que estão chorando e tremendo", disse.

Os militares israelenses disseram que sua aeronave atingiu locais de lançamento de foguetes e apartamentos de militantes do Hamas.

Os israelenses aprenderam a mergulhar para se proteger a qualquer hora do dia e da noite. Na cidade costeira de Ashdod, em Israel, Mark Reidman avaliou os danos causados ao seu prédio por um foguete. "Queremos viver em paz e sossego", disse o homem de 36 anos, acrescentando que teve de tentar explicar aos seus três filhos pequenos o que está acontecendo.

O Hamas lançou foguetes na segunda-feira (10) após tensões sobre um processo judicial para despejar várias famílias palestinas de Jerusalém Oriental e em retaliação aos confrontos da polícia israelense com palestinos perto da mesquita de al-Aqsa, o terceiro local mais sagrado do Islã.

As hostilidades entre Israel e Gaza foram acompanhadas por violência nas comunidades mistas de judeus e árabes de Israel. Sinagogas foram atacadas, lojas de propriedade de árabes foram vandalizadas e ocorreram brigas de rua. As baixas palestinas também se estendem além de Gaza.

Os palestinos, que a cada ano em 15 de maio marcam o "Dia da Catástrofe" - seu deslocamento na guerra de 1948-1949 que acompanhou a criação de Israel -, relataram 11 mortes nesta semana na Cisjordânia ocupada, depois que manifestantes e forças israelenses entraram em confronto.

Os esforços diplomáticos regionais e internacionais ainda não mostraram sinais de interrupção das hostilidades. O Egito, que tem liderado esforços regionais, enviou ambulâncias através de sua fronteira com Gaza para levar vítimas palestinas aos hospitais egípcios.

Hady Amr, subsecretário adjunto para Israel e Assuntos Palestinos, enviado do presidente dos EUA, Joe Biden, chegou a Israel na sexta-feira, antes de uma reunião do Conselho de Segurança da ONU no domingo.

A Embaixada dos Estados Unidos disse em um comunicado que o enviado pretendia "reforçar a necessidade de trabalhar por uma calma sustentável".

O Egito está pressionando por um cessar-fogo para que as negociações possam começar, disseram duas fontes de segurança egípcias na sexta-feira. Cairo tem apoiado o Hamas e pressionado os Estados Unidos para garantir um acordo com Israel.

"Os mediadores do Egito, Catar e das Nações Unidas estão intensificando seus contatos com todos os lados em uma tentativa de restaurar a calma, mas um acordo ainda não foi alcançado", disse uma autoridade palestina na sexta-feira.

Os Emirados Árabes Unidos pediram um cessar-fogo e negociações na sexta-feira, oferecendo condolências a todas as vítimas.

Em setembro, os Emirados Árabes Unidos e Bahrein se tornaram os primeiros Estados árabes em um quarto de século a estabelecer laços formais com Israel.

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