Sirenes soaram repetidamente em Tel Aviv neste sábado e milhares de israelenses correram para se abrigar. Um foguete atingiu um prédio residencial no subúrbio do centro comercial de Ramat Gan, matando uma pessoa, disseram médicos.
Em Gaza, Akram Farouq, 36 anos, saiu correndo de sua casa com sua família depois que um vizinho disse a ele que havia recebido uma ligação de um oficial israelense avisando que seu prédio seria atingido.
"Não dormimos a noite toda por causa das explosões e agora estou na rua com minha esposa e filhos, que estão chorando e tremendo", disse.
Os militares israelenses disseram que sua aeronave atingiu locais de lançamento de foguetes e apartamentos de militantes do Hamas.
Os israelenses aprenderam a mergulhar para se proteger a qualquer hora do dia e da noite. Na cidade costeira de Ashdod, em Israel, Mark Reidman avaliou os danos causados ao seu prédio por um foguete. "Queremos viver em paz e sossego", disse o homem de 36 anos, acrescentando que teve de tentar explicar aos seus três filhos pequenos o que está acontecendo.
O Hamas lançou foguetes na segunda-feira (10) após tensões sobre um processo judicial para despejar várias famílias palestinas de Jerusalém Oriental e em retaliação aos confrontos da polícia israelense com palestinos perto da mesquita de al-Aqsa, o terceiro local mais sagrado do Islã.
As hostilidades entre Israel e Gaza foram acompanhadas por violência nas comunidades mistas de judeus e árabes de Israel. Sinagogas foram atacadas, lojas de propriedade de árabes foram vandalizadas e ocorreram brigas de rua. As baixas palestinas também se estendem além de Gaza.
Os palestinos, que a cada ano em 15 de maio marcam o "Dia da Catástrofe" - seu deslocamento na guerra de 1948-1949 que acompanhou a criação de Israel -, relataram 11 mortes nesta semana na Cisjordânia ocupada, depois que manifestantes e forças israelenses entraram em confronto.
Os esforços diplomáticos regionais e internacionais ainda não mostraram sinais de interrupção das hostilidades. O Egito, que tem liderado esforços regionais, enviou ambulâncias através de sua fronteira com Gaza para levar vítimas palestinas aos hospitais egípcios.
Hady Amr, subsecretário adjunto para Israel e Assuntos Palestinos, enviado do presidente dos EUA, Joe Biden, chegou a Israel na sexta-feira, antes de uma reunião do Conselho de Segurança da ONU no domingo.
A Embaixada dos Estados Unidos disse em um comunicado que o enviado pretendia "reforçar a necessidade de trabalhar por uma calma sustentável".
O Egito está pressionando por um cessar-fogo para que as negociações possam começar, disseram duas fontes de segurança egípcias na sexta-feira. Cairo tem apoiado o Hamas e pressionado os Estados Unidos para garantir um acordo com Israel.
"Os mediadores do Egito, Catar e das Nações Unidas estão intensificando seus contatos com todos os lados em uma tentativa de restaurar a calma, mas um acordo ainda não foi alcançado", disse uma autoridade palestina na sexta-feira.
Os Emirados Árabes Unidos pediram um cessar-fogo e negociações na sexta-feira, oferecendo condolências a todas as vítimas.
Em setembro, os Emirados Árabes Unidos e Bahrein se tornaram os primeiros Estados árabes em um quarto de século a estabelecer laços formais com Israel.