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O enorme foguete que vai levar pessoas ao espaço até o final do ano

Por Daniel Alves em 16/06/2021 às 06:51:54

O SLS Bloco 1 terá 23 andares acima da plataforma de lançamento �- o que o torna mais alto do que a Estátua da Liberdade (93 m).

A Nasa está desenvolvendo um enorme foguete chamado Sistema de Lançamento Espacial (SLS, na sigla em inglês) para levar astronautas à Lua — e futuramente a Marte. O SLS é o veículo de lançamento mais poderoso construído desde 1960 e tem a sua estreia programada para o final de 2021.

A Nasa tem planos de enviar um homem e uma mulher à superfície lunar ainda nesta década — será o primeiro pouso com humanos na superfície do satélite natural desde a ida de Apollo 17, em 1972.

Nos últimos 20 anos, os astronautas têm feito viagens de rotina para a Estação Espacial Internacional (ISS), mas a Lua está quase mil vezes mais longe do que a ISS. Levar astronautas para lá requer um foguete muito mais poderoso.

O SLS é o equivalente moderno do Saturno V, o grande lançador construído durante a era das naves Apollo. Como o Saturno, ele é dividido em segmentos, ou estágios, empilhados uns sobre os outros. Mas o novo foguete também incorpora tecnologia do ônibus espacial.

A primeira versão do SLS será chamada de Bloco 1. Ele passará por uma série de atualizações nos próximos anos para que possa lançar cargas úteis mais pesadas para destinos além da órbita próxima da Terra.

O SLS Bloco 1 terá 23 andares acima da plataforma de lançamento — o que o torna mais alto do que a Estátua da Liberdade (93 m).

"É um foguete realmente imenso. É simplesmente enorme", disse John Shannon, vice-presidente e gerente de programa do SLS da Boeing, a principal empresa contratada pela Nasa para a produção do foguete. "Simplesmente não se vê nada parecido desde o Saturno V", afirmou Shannon à BBC em 2019.

O foguete lançará astronautas na próxima geração de veículos tripulados da Nasa — os veículos Orion. O SLS vai impulsinar o Orion às velocidades necessárias para sair da órbita próxima da Terra e viajar para a Lua.

O SLS consiste em um estágio central gigante flanqueado por dois impulsionadores de foguetes sólidos (SRBs). O núcleo abriga dois grandes tanques de armazenamento: um para o hidrogênio líquido, o combustível, e outro para o oxigênio líquido, que permite que o combustível queime. Juntos, eles são conhecidos como propelentes.

Na base do estágio central estão quatro motores RS-25, os mesmos que moviam o antigo lançador de ônibus espacial, aposentado em 2011.

Quando as câmaras do motor são alimentadas com hidrogênio líquido e oxigênio e é dada a ignição, começa uma reação química que produz enormes quantidades de energia e vapor. O vapor sai de bocais do motor a velocidades de 16 mil km/h e gera propulsão — a força que empurra o foguete para cima.

Além da força gerada pelo motor, os impulsionadores de foguete laterais SRBs dão uma ajuda extra para escapar da enorme força de gravidade da Terra. Esses propulsores gêmeos têm altura equivalente a mais de 17 andares e queimam 6 toneladas de propelentes sólidos por segundo. Eles são responsáveis por 75% da propulsão total durante os dois primeiros minutos de voo.

O foguete mais poderoso de todos os tempos?

Ilustração do SLS durante lançamento — Foto: Nasa via BBC

Ilustração do SLS durante lançamento — Foto: Nasa via BBC

Se usarmos a propulsão como medida, o SLS será o foguete mais poderoso de todos os tempos quando voar para o espaço em 2021. O Bloco 1 SLS gerará 39,1 meganewtons de empuxo (propulsão) no lançamento, 15% a mais do que o Saturno V.

Na década de 1960, a hoje extinta União Soviética (URSS) construiu um foguete chamado N1. Seu primeiro estágio produziria 45,4 meganewtons de empuxo. Mas todos os quatro voos de teste falharam.

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