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BRASIL, Estudo mostra que 40% dos alunos da educação básica podem abandonar os estudos

Por Daniel Alves em 12/07/2021 às 08:18:18

Uma pesquisa encomendada pela Fundação Lemann junto ao Itaú Social e o BID, mostrou como a pandemia de Covid-19 vem afetando a educação no país, a partir da perspectiva dos alunos e de suas famílias.

Para os pais e responsáveis ouvidos pela pesquisa, 40% dos estudantes da educação básica não estão evoluindo na aprendizagem, não estão motivados e podem abandonar os estudos.

A pesquisa também evidencia o fosso desigual que cerca a educação: enquanto 43% dos estudantes negros estão no grupo de risco para o abandono escolar, esse número cai para 35% entre os brancos.


Em relação às diferenças socioeconômicas, o problema afeta quase metade dos estudantes das famílias que vivem com apenas um salário mínimo, contra 31% daquelas com renda entre dois e cinco salários mínimos.

O risco da evasão escolar ainda é maior nas áreas rurais (51%) do que nas urbanas (39%) e incide mais na região Nordeste (50%) do que na Sul (31%).

A pesquisa também avalia o impacto da pandemia na alfabetização, uma vez que 88% dos estudantes matriculados no 1º, 2º e 3º ano do ensino fundamental estão em processo de alfabetização.


Deste total, mais da metade (51%) das crianças ficou no mesmo estágio de aprendizado, ou seja, não aprendeu nada de novo (29%), ou desaprendeu o que já sabia (22%), segundo a percepção dos responsáveis.

Neste grupo, 57% dos estudantes brancos aprenderam coisas novas durante a pandemia de acordo com os responsáveis, índice que cai para 41% entre os negros.

Segundo os pais e responsáveis entrevistados, apenas 24% dos estudantes tiveram as escolas reabertas (mesmo que parcialmente), mas na região Norte esse índice é ainda mais baixo, de apenas 6%.

Somente 16% dos estudantes de baixo nível socioeconômico tiveram escolas reabertas, contra 38% daqueles que estudam em unidades de alto nível socioeconômico.

Entre os estudantes que tiveram a escola reaberta, 40% não foram para a aula presencial. No retorno às escolas, 63% dos estudantes estão sendo avaliados para identificar as suas dificuldades, mas só 29% estão recebendo aulas de reforço.

Entre os estudantes que têm aulas remotas, a dificuldade de manter a rotina aumentou de 58% em maio de 2020, para 69% um ano depois.

O aumento foi em todos os ciclos, sendo mais expressivo entre as crianças dos anos iniciais (1º ao 5º ano do ensino fundamental) e da região Nordeste (que passou de 58% para 74%).

Os dados fazem parte da 6ª etapa da série de pesquisas "Educação não presencial na perspectiva dos estudantes e suas famílias".

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