A aluna que foi esfaqueada na nuca por um colega dentro do Colégio Estadual Polivalente Professor Goiany Prates, em Goiânia, diz que o ataque foi inesperado após repreender o adolescente por importunar sexualmente uma amiga.
"Foi assustador. Não esperava por isso. Na sexta-feira passada, ele chegou por trás e tocou em partes íntimas de uma amiga quando íamos embora. Falei para ele não fazer isso", contou a estudante.
A advogada Ana Cláudia Amorim Santos, que defende o estudante, ponderou que ele tem transtornos mentais e estava sofrendo bullying por um grupo de colegas.
"Tinha um grupo de colegas que estavam o tratando de forma bem mal. Ele não tinha crises há muito tempo. O estudante está bem arrependido e chorando bastante", explicou a advogada.
O adolescente foi apreendido pela Polícia Civil e levado para prestar depoimento na Delegacia de Apuração de Atos Infracionais (Depai). Segundo o delegado Queops Barreto, o rapaz levou a faca escondida na mochila. O G1 tenta confirmar com a polícia se ele foi liberado.
Os dois adolescentes têm 15 anos de idade. Segunda a aluna, a agressão aconteceu durante o intervalo entre as aulas de segunda-feira (23).
Ela tinha ido beber água e sentiu um incômodo no pescoço. Depois, passou a mão no local e sentiu o sangue escorrer. A estudante contou que chegou a desmaiar dentro da direção da escola por causa do nervosismo.
A aluna foi levada ao Centro de Atenção Integrada à Saúde (Cais) de Campinas para receber atendimento médico e levou três pontos no local do corte. Logo depois, ela recebeu alta.
A Secretaria Estadual de Educação disse que apura os fatos e vai desenvolver ações de conscientização sobre assédio e bullying nas escolas.
O superintendente de Segurança Escolar, coronel Mauro Vilela, explicou que o aluno sempre foi acompanhado por uma professora de apoio por ter déficit de atenção e bipolaridade.