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ARACAJU/SE, Mais de 160 mil pessoas estão endividadas e muitas não tem condições de pagar

Por Daniel Alves em 05/07/2023 às 05:31:45

Do total, 43 mil estão com dívidas em atraso e mais de 7 mil não conseguirá pagar

Um total de 160.546 aracajuanos estão endividados, conforme aponta a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic) 2023. Desse número, cerca de 43.377 pessoas estão com as dívidas em atraso e outras 7.600 não terão condições de honrar com seus compromissos, ou seja, não terão como pagar as dívidas feitas. Os dados para esta pesquisa foram coletados em um período de dez dias, sendo estes os últimos dias do mês de março de 2022.

Na pesquisa também é apresentado um percentual entre aqueles que são considerados os mais endividados, o que representa cerca de 17,9% do total. No entanto, o número de pessoas que não possuem esse tipo de dívida envolvendo cartão de crédito, cheques pré-datados, carnês de lojas, empréstimo pessoal, prestações de carro e seguros, é maior, com 21,3% do total. O cartão de crédito continua sendo o vilão da vida financeira das pessoas.

De acordo com a pesquisa, 97,2% das dívidas foram feitas por meio dele. Há registros de endividamento também por cheque especial, cheque pré- -datado, crédito consignado, crédito pessoal, carnês e financiamento de casa, entre outras dívidas. Entre os aracajuanos endividados, que significa 78,7% da população, 27,7% está com dívida em atraso. De acordo com o economista Luís Moura, este é o grande problema do endividamento. "Além de estar com dívidas, essas pessoas não conseguirão honrar com os pagamentos", reforça.

Por outro lado, o economista destaca que o percentual de endividados com dívidas atrasadas em Aracaju está baixo, segundo a aponta a pesquisa. "A grande maioria dos endividados de Aracaju conseguirão honrar com seus compromissos. Pelo Banco Central, só estará inadimplente aquele que tem dívida em atraso com mais de 90 dias. No entanto, a pesquisa aponta que esse percentual em Aracaju é de 27,6% dos endividados. Ou seja, as pessoas irão honrar seus compromissos dentro do prazo de 90 dias", explica o economista. Ainda conforme o especialista, apesar de o cartão de crédito ser o grande vilão do endividamento, há um aumento considerável no número de dívidas para manutenção da vida. "São dívidas com entidades públicas, como energia elétrica, água, bem como de condomínio, por exemplo.

Essas dívidas, em que pese são menores no orçamento, porque invariavelmente, a companhia prestadora de serviços suspende o fornecimento, diante da inadimplência. Por isso mesmo elas são menores do ponto de vista do atraso", disse. Moura reitera que o problema de endividamento é uma problemática recorrente não só em Aracaju, mas em todo o país, sendo as regiões mais pobres, aquelas mais afetadas. "A grande maioria das pessoas está endividada no cartão de crédito, porque nem sempre elas conseguem, dado o nível de renda, honrar todos os seus compromissos no final do mês. E o maior problema da inadimplência são os juros. Cada pessoa que fica endividada, vai pagar juros elevados, principalmente no cartão de crédito. O Governo Federal está lançando, para os devedores inadimplentes, um programa para que quitação e refinanciamento de dívida. Acredito que os inadimplentes deveriam olhar com cuidado para esse programa. Porque vai ser uma oportunidade de se livrar da inadimplência e para habilitar o crédito", orienta o economista.

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