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Valorização da mão de obra sênior vai aumentar no mundo todo

Por Daniel Alves em 25/08/2023 às 05:59:36

Nos países mais ricos, cerca de 150 milhões de postos de trabalho irão para pessoas acima dos 60 anos.

Na semana passada, reportagem apresentada no "Jornal Nacional" dizia que a proporção de trabalhadores brasileiros com 40 anos ou mais havia crescido. Segundo o IBGE, entre 2012 e 2023, a participação de pessoas nessa faixa etária no mercado havia passado de 38,6% para 45,1% – o equivalente a quase 11,5 milhões a mais de empregados. O fenômeno é mundial e ainda mais robusto em outros países.

Até 2030, de acordo com pesquisa da consultoria internacional Brain & Company, cerca de 150 milhões de postos de trabalho irão para pessoas acima dos 55 anos nas nações do G7, que reúnem as principais economias do planeta: Alemanha, Canadá, EUA, França, Itália, Japão e Reino Unido.

No entanto, adverte que poucas empresas estão se preparando para integrar os mais velhos a um ambiente multigeracional – por exemplo, reforçando suas habilidades na área digital.

Trata-se de um grande erro: as pessoas vivem mais e mantêm suas habilidades por um período de tempo maior, enquanto menos jovens entram no mercado, porque os casais têm um número bem menor de filhos e eles passam mais anos estudando. As companhias também não se dão conta de que a mão de obra sênior tem suas próprias demandas e prioridades. Muitas vezes, o que motiva o trabalhador maduro é a possibilidade de fazer algo relevante para sociedade, além de ter autonomia e flexibilidade de horário.

No Japão, a falta de mão de obra é tão severa que, no ano passado, quatro em cada dez empresas recrutaram gente acima dos 70 anos. A estimativa é de que, em 2040, haja um déficit de 11 milhões trabalhadores, obrigando o país a recrutar quase 7 milhões de estrangeiros.

A Alemanha, nação onde um em cada cinco habitantes tem 65 anos ou mais, investe na automação para que robôs desempenhem as tarefas fisicamente desgastantes, tornando o ambiente amigável para os funcionários idosos.

O Brasil patina nesse cenário. Levantamento realizado pela EY Brasil para a startup Maturi, especializada no segmento – e que está sendo divulgado hoje, na sexta edição do MaturiFest – mostra que as empresas não evoluíram em relação à questão do envelhecimento. Apesar de a maioria alegar que tem ações em andamento ou prestes a serem iniciadas, para 42% o tema ainda não faz parte da estratégia do negócio. Pior: entre julho de 2022 e julho de 2023, o número de vagas abertas para os 50 mais caiu 53%.

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