Mega operação investiga desvio de R$ 1,3 bilhão na saúde em 5 estados

Ministério Público, polícia e CGU cumprem centenas de mandados de busca e apreensão e de prisão em SP, PA, MG, MS e GO

A Polícia Civil de São Paulo, Polícia Federal, Controladoria Geral da União e o Ministério Público Estadual deflagraram nesta terça-feira (29.set) operações para cumprir centenas de mandados de busca, apreensão e prisão contra suspeitos de desvio de dinheiro público em vários estados brasileiros.

As operações estão divididas em dois braços. Em São Paulo, com o nome Operação Raio-X, a Polícia Civil e o Ministério Público Estadual cumprem cerca de 260 mandados de busca e apreensão e 57 mandados de prisão temporária nos estados de São Paulo, Pará, Paraná, Minas Gerais e Mato Grosso do Sul.

Na capital paulista e Grande São Paulo, são cerca de 40 mandados de busca e apreensão em escritórios de advocacia, hospitais e ambulatórios médicos.

Além disso, duas salas do Palácio Anchieta, na Câmara Municipal de São Paulo, na região central e na sala de duas funcionárias da Secretaria Estadual de Saúde na região oeste da cidade.
A investigação começou na região noroeste de São Paulo e se espalhou para outras cidades e estados. A ação está sendo coordenada pelo Departamento de Polícia Judiciária da Capital (Decap). Todos os presos estão sendo encaminhados ao Palácio da Polícia, no centro de São Paulo, onde a operação está sendo coordenada.

Governador do Pará e alvo de investigação

Outro braço importante da operação está no Pará. A Polícia Federal realiza a Operação S.O.S. São cumpridos 12 mandados de prisão temporária, 41 mandados de busca e apreensão expedidos pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), mais 64 mandados de prisão temporária e 237 mandados de busca e apreensão expedidos pelas Varas de Birigui (SP) e Penápolis (SP).

As diligências estão em cumprimento em Belém (PA), Capanema (PA), Salinópolis (PA), Peixe-Boi (PA), Benevides (PA), Goiânia (GO), Araçatuba (SP) e diversas cidades do Estado de São Paulo.

São investigados 12 contratos fechados entre o Governo do Estado e as organizações sociais ligadas ao grupo investigado. Apenas no período de agosto de 2019 a maio de 2020, a soma alcança o valor de R$ 1.284.234.651,90 - um bilhão duzentos e oitenta e quatro milhões duzentos e trinta e quatro mil seiscentos e cinquenta e um reais e noventa centavos.

Os recursos seriam destinados a contratação de Organizações Sociais (OSs) para a gestão de hospitais públicos no Pará, hospitais de campanha voltados ao combate da pandemia do coronavirus.

Empresários, o operador financeiro do grupo, integrantes da cúpula do governo paraense, inclusive o governador Helder Barbalho (MDB) são investigados.

A Operação S.O.S. conta com apoio de 218 policiais federais, 14 auditores da Controladoria Geral da União e 520 policiais civis.

Os crimes investigados são fraude em licitações, falsidade ideológica, peculato, corrupção passiva, corrupção ativa, lavagem de dinheiro e organização criminosa, com penas previstas superior a 60 (sessenta) anos de reclusão.

Os casos estão em andamento.