Na ação de hoje, os policiais prenderam duas pessoas, uma em flagrante por porte de munição e outra com mandado de prisão em aberto. Além disso, foram apreendidas 12 toneladas de produtos piratas, 20 fardas militares, munições, carregadores de pistola e fuzil, oito radiotransmissores e 13 coletes balísticos.
DESORDEM URBANA
A ação da quadrilha vem favorecendo o aumento da desordem urbana em um das principais áreas comerciais da cidade. Os funcionários públicos envolvidos no esquema fazem "vista grossa" para coibir as irregularidades.
"Madureira foi um caso complexo, porque a gente pode ver bem a junção de milícia, tráfico e funcionários públicos corruptos da banda podre, que estão, na verdade, ao invés de fazer o controle urbano, se unindo a milicianos para extorquir os ambulantes e os comerciantes da região", destaca Demétrio.
Dentre os alvo da investigação estão funcionários da Secretaria Municipal de Fazenda, responsáveis pela fiscalização da atuação comercial no bairro. A agente de inspeção de controle urbano Aline de Araújo chegou a ser levada para a sede de DRCPIM, na Cidade da Polícia, para prestar esclarecimentos. Ela é suspeita de receber dinheiro para não punir os crimes praticados pelo bando.
"A gente filmou de quatro a seis meses a região e pode constatar trocadores de rupas no asfalto. Eles já estavam instalando banheiros químicos. É um total descontrole urbano, na verdade", assinala o delegado.
HOMICÍDIOS
A quadrilha que age no comércio de Madureira também é investigada por pelo menos nove homicídios, praticados nos últimos dois anos. As vítimas seriam pessoas que não pagaram propina exigida ou por briga de facções rivais.
"Tem o caso de um que foi morto porque botou um engradado de cerveja e não pagou cinco reais", destaca Demétrio.
Outra vítima fatal do bando foi um comerciante, identificado como Jeferson Marcelo, que tinha infláveis para crianças, chamados de pula-pula, na Praça do Patriarca.
"Os milicianos quiseram tomar o inflável dele, ele denunciou e 12 dias depois foi assassinado", conta o delegado.
Os alvo da operação são investigados pelos crimes de formação de quadrilha, organização criminosa, corrupção e lavagem de dinheiro.