Goiânia – A Polícia Civil de Goiás indiciou, pelo crime de tortura, a madrasta e o pai de uma menina de 4 anos suspeitos de espancarem a criança, deixando-a com vários ferimentos e o braço quebrado, em Aparecida de Goiânia, na região metropolitana. Os dois estão presos.
A criança ficou 13 dias internada para passar por procedimentos cirúrgicos e foi vítima da violência após perder a mãe para a Covid. A madrasta e o pai dela estão presos desde 16 de setembro, na no mesmo em que ele próprio denunciou o caso à polícia. Na delegacia, ele atribuiu as agressões à madrasta, que, por sua vez, apontou o homem como autor da violência contra a criança.
Após alta do Hospital Estadual de Urgências Governador Otávio Lage de Siqueira (Hugol), em Goiânia, na tarde da última quarta-feira (29), a criança foi levada para avó materna. Segundo o Conselho Tutelar, que acompanha o caso, a mãe da menina morreu há quatro meses.
De acordo com o Conselho Tutelar, foi protocolada uma medida protetiva em favor da criança no Juizado da Infância e Juventude para fornecer a guarda provisória para sua avó. A Justiça concedeu parecer favorável.
A saúde da criança está boa, e ela deve seguir com o tratamento no braço em casa e fará retorno médico na próxima semana.
Além de testemunhas, a investigação considerou um áudio de ligação em que um vizinho teria dito à mãe, antes de ela morrer, que o casal estaria agredindo a filha.
"Outra moradora me ligou e falou que a [madrasta] estava batendo naquela menininha. Está batendo e ela dizendo que "minha mãe não fazia isso". Pediu para não bater", disse o vizinho em ligação para a mãe da menina.
Em outro trecho, o morador critica o pai da criança. "Não sei como é você com sua filha, te vi aquele dia, não te conheço, mas também não concordo com a maneira que acontece. Seu ex, o pai da criança, não é uma pessoa que me inspira confiança", afirmou.
O viúvo da mãe da criança, que não quis se identificar, disse à imprensa que as ligações foram recebidas no final do mês de fevereiro, depois de o pai buscar a menina e nunca mais entregá-la à mãe. Desde então, ela lutava na Justiça para conseguir a guarda da filha.