O padre Robson de Oliveira Pereira admitiu, em áudio gravado, que poderia ser preso caso desvios e documentos alterados ilegais caíssem nas mãos de "um delegado meio doido", que fizesse "perguntas demais". Em outro trecho da gravação, ele ainda diz ser "o chefe da quadrilha".
O arquivo foi registrado pelo próprio religioso em reunião com advogados, e divulgado pelo Jornal da Record na última quarta-feira (24). O material foi apreendido pelo Ministério Público de Goiás (MPGO).
O Superior Tribunal de Justiça (STJ) analisa um novo pedido de prisão preventiva contra o religioso e outras quatro pessoas pelo crime de corrupção ativa. O requerimento foi mostrado pela Polícia Federal (PF) no dia 17 de novembro, seis meses depois de uma investigação criminal contra Robson ser suspensa pela Corte.
A reportagem ainda mostrou que o padre e a equipe jurídica se reuniram para discutir estratégias com o intuito de camuflar a ilegalidade de contratos. Os documentos dizem respeito a compras feitas pela Associação Filhos do Pai Eterno (Afipe) em nome de terceiros.
Segundo a reportagem, o encontro durou quase uma hora, e teve a presença do padre Robson, do advogado Klaus Marques, de uma funcionária da Afipe identificada como Alessandra e de outra advogada, não identificada.
Na reunião, o grupo reconhece que os contratos poderiam ser alvos de investigação, até porque poderia existir dificuldade para explicar a relação da Afipe com investimentos imobiliários.