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Ex-secretário matou prefeito por dívida de 130 mil reias

Por Daniel Alves em 24/12/2023 às 06:04:51

Processo aponta que Gedeon (esquerda) tinha dívida com o ex-secretário suspeito do crime

Mazinho Mariano entrou na Justiça contra Gedeon Barros e a mulher dele, Maria Lúcia Dias da Silva Barros, três meses antes da morte do ex-prefeito. Ex-secretário temia que o casal se desfizesse de bens e não pagasse dívida.

O assassinato do ex-prefeito de Plácido de Castro Gedeon Barros segue envolvido em mistérios. Após a prisão dos principais suspeitos do crime, nessa quarta-feira (20), uma dívida de R$ 130 mil que a vítima tinha com um dos presos veio à tona.

De acordo com o processo, Gedeon devia o dinheiro para Liomar de Jesus Mariano, mais conhecido como Mazinho Mariano, um dos presos pela Polícia Civil nessa quarta. Mazinho era aliado político de Gedeon, tendo, inclusive, disputado as Eleições 2020 como candidato a vice na chapa do ex-prefeito.

O suspeito também atuou como secretário de esporte de Plácido de Castro. Em fevereiro de 2021, três meses antes de Gedeon ser assassinado a tiros em Rio Branco, Mazinho entrou com uma ação monitória na Justiça contra o ex-prefeito e a mulher dele, Maria Lúcia Dias da Silva Barros.

No processo, Mazinho Mariano alegou que o casal devia R$ 102.620,37, decorrentes de negociações relativas à compra e venda de produtos entre eles em 2017 e tendo uma nota promissória entregue para ele como garantia de pagamento.

Em 2021, com valores atualizados, a dívida chegou em R$ 166.312,48, tendo o ex-prefeito e esposa pagado R$ 36.312,48. Mazinho destaca no processo que tentou receber os valores ao longo dos anos, contudo, o casal pediu mais prazo para pagar a dívida, alegando que tinha o dinheiro em forma de bens.

Ainda segundo o processo, o suspeito resolveu entrar na Justiça porque o casal começou a se desfazer de alguns bens móveis para, supostamente, não pagar a dívida. De imediato, Mazinho entrou com um pedido de liminar e de apreensão de um veículo do casal para tentar conseguir alguma parte do pagamento.

Segundo o processo, Gedeon Barros começou 'transferindo um imóvel que lhes pertenciam a um cunhado, bem como a empresa onde o executado Gedeon de Souza Barros se mostra inapta por omissão de declaração. Ainda possuem um veículo, marca Toyota Hillux, que se encontra em mãos de terceiro, para demonstrar a inexistência de bens passíveis de saldar a dívida'.

O pedido de liminar do ex-secretário foi negado pela Justiça na época, contudo, a ação seguiu os trâmites.

A reportagem entrou em contato com o advogado de Mazinho Mariano, Wellington Silva e aguarda retorno.

Prisão suspeitos

Nessa quarta, a Polícia Civil prendeu três suspeitos em uma operação simultânea em três municípios acreanos.

Agentes de Plácido de Castro, Tarauacá e Rio Branco cumpriram seis mandados de prisão e nove de busca e apreensão. De acordo com o delegado Alcino Júnior, que comanda a Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) da capital acreana e responsável pela investigação, dois dos suspeitos presos foram os executores do crime.

Em coletiva de imprensa na manhã de quarta (20), o delegado afirmou que um dos executores foi preso em Rio Branco, na região da Estrada Transacreana, e o outro estava preso em Tarauacá por outro crime. Outros três estão foragidos.

A operação contou com apoio do Centro Integrado de Operações Aéreas (Ciopaer) para a prisão do suspeito em local de difícil acesso na Transacreana.

"A investigação não finalizou, mas estamos muito próximos dessa conclusão. Hoje, temos duas pessoas presas pela execução. No dia de hoje [quarta, 20] foram 6 mandados de prisão, e três foram cumpridos. Outros três são de autores intermediários, que auxiliaram na logística, com empréstimo de motocicleta, da arma de fogo. Esses estão foragidos e a gente vai trabalhar para localizá-los e cumprir esses mandados de prisão", explicou.

Ainda conforme Júnior, a motivação do crime foi uma disputa comercial entre parceiros de negócios do ex-prefeito.


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