A deputada Federal Bia Kicis (PL-DF), em entrevista para o Podcast Diário do Poder, no dia 30/01, analisou a situação dos parlamentares estarem sendo alvo de operações da Polícia Federal. A deputada diz que se sente quando estudava sobre a "Cortina de Ferro" e o governo comunista de Josef Stalin, na União Soviética e afirma que "Era uma coisa muito complicada e nunca imaginei que aconteceria o mesmo com o Brasil".
"Hoje todo mundo tem medo de falar o que pensa", afirma Kicis. A deputada analisa que o clima atual do país é de "autocensura" e explica que as pessoas estão sendo retraídas antes de expor a opinião com receio de serem criticadas.Ainda diz que isso ocorre pela falta de segurança no regime jurídico. "Para você ter um regime democrático, viver na democracia, uma das coisas mais importantes é a segurança jurídica. E a gente aprende nos bancos escolares que ninguém é obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa, se não em virtude da lei e hoje a gente não sabe mais o que as leis significam".
A parlamentar complementa que atualmente temos 11 constituições, correspondente a cada ministro, e crítica que "cada ministro interpreta a lei como bem entende". E assim existem punições para algo que não está previsto na lei. "Hoje você não sabe se falar algo, vai ser considerado crime, aí inventam, por exemplo a "fake news", coisas completamente vazias que não tem conceito jurídico. Para então você imputar alguém e punir a pessoa. Essa insegurança jurídica, ela é típica de ditadores".
Ao ser questionada sobre o andamento da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Abuso de Autoridade e se há chance de iniciar ainda este ano, a deputada diz que "é muito importante o Congresso emplacar essa CPI do Abuso de autoridades porque algo precisa acontecer" e afirma que "a população espera isso".
Bia Kicis comenta ainda que o Congresso está sendo questionado pela população sobre a atuação do Congresso. "A população pergunta porque a gente precisa do Congresso, se quem decide tudo é o Executivo e o Supremo?", a deputada concorda com a comunidade.
"A gente tem que concordar que a população tem razão, porque o Congresso como instituição deixou de ser um poder", declara a deputada. No entanto, ela ressalta que ainda existem muitos parlamentares que estão lutando. "Tem muitas pessoas que estão dedicando a sua vida a essa luta, pela liberdade, pela preservação das instituições, pelo respeito à lei e à Constituição, Mesmo com todas as consequências que a gente (deputados) paga por isso". A deputada exemplifica com o Caso Jordy.
A parlamentar diz que a necessidade da CPI do abuso de autoridades é também para "satisfazer a população".
A deputada afirma que a "mídia é fundamental" para que se tenha um regime democrático que funcione por causa do papel de fiscalizadora, de fazer denúncias, de informar e de reverberar para a população. Kicis critica a imprensa "militante", e destaca que o desserviço de portais como "Choquei" acabam "enfraquecendo a democracia".
E ainda diz que a imprensa não divulga as ações do Congresso. "Quando a gente (direita) entra com uma ação no Supremo ou uma representação, você não vê estampada na mídia para as pessoas saberem. A gente usa as redes sociais para falar e muitas vezes a gente ainda perde porque o Judiciário está emparelhado, porque o processo está sendo julgado pela capa," ressalta.
No contraponto, a deputada presta homenagem à parcela da imprensa que "funcionam" e fazem o papel de "informar, criticar e mostrar". "Graças a Deus existem vários veículos que tem se mostrado realmente decentes e fazendo o papel da imprensa", declara.