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Presidente Bolsonaro reage as ações arbitrárias do STF "Chegamos no limite"

Alguns ministros do STF 'caçam' Bolsonaro por problema pessoal.

Por Daniel Alves em 28/05/2020 às 15:19:18

Presidente se mostrou irritado com operação determinada na quarta-feira contra grupo que o apoia acusados de propagar fake news

O presidente Jair Bolsonaro fez duras crĂ­ticas na manhã desta quinta-feira (28) ao STF (Supremo Tribunal Federal) um dia após a operação determinada pela Corte que fez buscas e apreensões em endereços acusados de veicular fake news.

"Não teremos outro dia como ontem, chega! Estou com as armas da democracia nas minhas mãos", afirmou o presidente em frente ao PalĂĄcio do Alvorada. "Chegamos no limite", declarou.

Veja mais: Moraes diz que 11 perfis no Twitter coordenam rede de fake news

Visivelmente irritado na live publicada nesta manhã, ele afirmou que o Ășnico objetivo da ação de quarta-feira, determinada pelo ministro do STF Alexandre de Moraes, era atingir pessoas que o apoiam. "Querem tirar a mĂ­dia que tenho em meu favor, sob o argumento falacioso de fake news."

"Não foi justo o que aconteceu no dia de ontem. Se coloquem no lugar daquelas pessoas que tiveram suas residĂȘncias invadidas, como se fossem bandidos."

Entre os alvos da operação da PolĂ­cia Federal estavam, além de apoiadores com contas influentes nas redes sociais, o deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ) e o dono das lojas Havan, Luciano Hang.

Nas palavras do próprio Bolsonaro, governar estĂĄ sendo mais difĂ­cil do que imaginava porque os inimigos estão aqui dentro, e não no exterior.

"Não mais ousarão atingir direitos individuais. Chega! Eu peço a Deus que ilumine a todos em BrasĂ­lia para que de forma sensata venham corrigir o que estĂĄ sendo feito de errado", declarou Bolsonaro. "Essa crise não interessa para ninguém. Uma pessoa [Alexandre de Moraes] conseguiu punir a imprensa, tradicional e as redes sociais".

Reunião ministerial

Bolsonaro também reclamou do STF ao voltar a comentar a divulgação do vĂ­deo da reunião ministerial de 22 de abril, determinada pelo decano da Corte, Celso de Mello. "Fizemos o possĂ­vel para que só fosse exibido o que interessava ao inquérito, mas não fomos atendidos."

"Ouvir que um ministro meu [Abraham Weintraub] pode ser preso por até 20 anos... eu peço que reflitam", disse, e enfatizou. "Pelo amor de Deus, eu peço que reflitam."

Ministro da Justiça vai tentar impedir depoimento de Weintraub

Na visão do presidente, a reunião era fechada, secreta e lĂĄ dentro todos poderiam falar o que quisessem. "A responsabilidade do que tornou-se pĂșblico não é de nenhum ministro, é do Celso de Mello, ele divulgou. Eu peço pelo amor de Deus que não sigam com esse inquérito, a não ser se for pelo abuso de autoridade."

Bolsonaro disse se colocar à disposição para discutir o andamento dos processos relacionados ao governo federal com o ministro do STF, Edson Fachin, e com os presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, Rodrigo Maia (DEM-RJ) e Davi Alcolumbre (DEM-AP), respectivamente.

Na abertura da suposta entrevista coletiva, que no entanto não teve espaço para perguntas da imprensa, ele reclamou de governadores e prefeitos que, de acordo com ele, estão ajudando a derrubar a economia com medidas extremas contra o coronavĂ­rus.

Afirmou que agora hĂĄ uma terceira onda negativa possĂ­vel com a pandemia. O vĂ­rus em si é a primeira, seguido pela recessão e, finalmente, um terceiro momento, o de caos social, comparĂĄvel ao que vive a Venezuela.

CrĂ­ticas começaram antes

Durante a madrugada, o presidente jĂĄ havia mostrado em suas redes sociais descontentamento com a operação determinada pelo ministro do STF Alexandre de Moraes.

Bolsonaro também publicou em suas redes sociais um vĂ­deo questionando o conceito de liberdade de expressão defendido por Moraes. E afirmou: "Estamos trabalhando para que se faça valer o direito à livre expressão em nosso paĂ­s. Nenhuma violação desse princĂ­pio deve ser aceita passivamente!"

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