Pai é preso por estuprar a própria filha

Os abusos resultaram em duas gestações e danos psicológicos à jovem, uma vez que ela ainda sofria ameaças e privação de liberdade.

"Ela era impedida de manter conversas com outras pessoas e tinha restrições de contato com os próprios irmãos, no qual o pai tinha ciúme dela com eles", disse o delegado Lucas Lelis, responsável pelas investigações.

Segundo o delegado, a jovem aprendeu na escola a usar remédios anticoncepcionais, o que foi logo barrado pelo pai.

Lelis ainda disse que os abusos demoraram para serem denunciados.

"O isolamento deles dificultou que os fatos chegassem à polícia. A comunidade sabia do comportamento estranho da família, porém nunca chegou nenhuma denúncia", afirmou.

Os primeiros abusos, como toques no corpo e nas partes íntimas, começaram quando ela ainda era adolescente, além de receber ameaças de castigos físicos, caso contasse para alguém.

Segundo a polícia, quando a vítima tinha 17 anos, o pai se aproveitou de uma situação em que ficou sozinho com a filha e forçou a primeira relação sexual. Em outras ocasiões, ele esperava quando todos estivessem dormindo para ir até o quarto dela. Em outros casos, de acordo com a polícia, ele inventava desculpas para que ela o acompanhasse até algum lugar e a arrastava até áreas de vegetação, onde cometia o estupro.

Conforme a denúncia, o pai a obrigava a dormir de saia ou vestido para facilitar os abusos. Caso se recusasse, levava tapas, puxões de cabelo e chegou até a apanhar de corrente.

Aos 18 anos, ela conheceu um namorado por uma rede social. Ao tomar conhecimento disso, o pai quebrou o aparelho. Segundo a polícia, os dois voltaram a conversar e ela relatou os abusos ao namorado, que a orientou a procurar a polícia.

O pai voltou a agredir a filha, no começo deste mês. Ele ainda avisou que, dois dias depois, voltaria a manter relação sexual com ela. No dia marcado, ela conseguiu fugir de casa e buscou ajuda da polícia.

A Delegacia de Guarantã do Norte investiga o caso e solicitou a prisão do pai à Justiça. Segundo a polícia, exames periciais foram requisitados e anexados ao inquérito. A polícia ainda pediu um acompanhamento assistencial e psicológico à jovem.