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'Ele disse que ia pegar um por um da família', diz esposo de mulher que foi morta com golpes de faca
Velando a esposa morta na rua.
Segundo o marido da vítima, Thiago Luiz da Silva, a família recebe ameaça do autor do crime há mais de cinco anos.
Faz mais de cinco anos que a família da faxineira Carmem Helena de Santana, de 49, que morreu após ser esfaqueada com uma peixeira por um vizinho numa rua de Limoeiro, no Agreste de Pernambuco, começou a sofrer ameaças do homem responsável pelo crime. Desde o assassinato, no sábado (4), o marido dela, Thiago Luiz da Silva, convive com o luto e o medo de que o assassino seja solto.
Em entrevista, o agricultor contou que o criminoso tinha acabado de sair da prisão quando matou a faxineira. Ele tinha sido capturado por tentar agredir o pai da vítima e ameaçar todo mundo da família.
"O que é que a Justiça está esperando? Ele ser liberado e cometer outro assassinato? Ele disse que ia pegar um por um da família. Estou sofrendo muito. Não sei o que fazer", afirma Thiago.
Carmem Helena foi assassinada na manhã de sábado enquanto voltava da casa onde o pai dela mora, perto da Rua Manoel Sebastião de Moura. Ela estava com a filha, Graziela, e o neto de 2 anos.
No dia anterior, o assassino foi detido pela polícia após a vítima prestar queixa contra ele por tentar agredir o pai dela. O homem foi solto horas depois.
"A gente foi para a casa do meu avô pegar roupa para lavar. Quando a gente veio voltando [para a casa de Carmem Helena], ainda parou na casa de uma vizinha, bebeu água e saiu. Nessa hora, a gente viu [o assassino]. Ela correu, mas caiu batendo com a cabeça numa parede. Ele pegou ela por trás e deu duas facadas. Uma no pescoço e outra nas costas", recordou Graziela.
A filha conseguiu fugir com o menino, abrigando-se na casa de uma vizinha. Depois, voltou ao local do crime e saiu gritando por ajuda.
"Um vizinho veio de carro e me levou com minha mãe para o hospital. Mas ela já chegou lá sem vida", diz. Carmem Helena tinha oito filhos; entre eles, duas crianças de 2 e 3 anos.
Histórico de ameaças
De acordo com o marido da vítima, Thiago, a desavença com o autor do crime começou há mais de cinco anos por causa de uma briga entre os cachorros das duas famílias.
Ele conta que, na época, o vizinho pensou que Carmem ia matar o cão dele. Por isso, bateu na mulher, que precisou ser levada a um hospital. A partir daí começaram as ameaças.
"Ele ameaçava e dizia que ia matar todo mundo. Depois, tentou matar o genro dela [Carmem] com um facão. Quase morreu. A gente sempre fazia boletim de ocorrência, mas ele era solto", relata.
Desta vez, a briga foi gerada, segundo o pai de Carmem, José Joaquim de Santana, após um mal-entendido. Ele deu um grito para chamar um entregador de água, que estava indo para a casa dele.
José Joaquim lembrou que o autor do crime passava pela área e entendeu que o vizinho com que mantém desavenças estava tentando falar com ele.
"Ele veio com um facão para me matar. Minha filha foi me defender e deu parte dele na delegacia. Foi preso e disse: "Vou te matar". Uma mãe de oito filhos", lamenta. O homem foi solto no fim da noite da sexta-feira (3).
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