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Mulher que matou sua mãe e filha deu opção para a criança: 'morrer ou ir para um abrigo'

Por Daniel Alves em 29/03/2023 às 08:16:45

Delegada aponta mulher como "uma pessoa extremamente manipuladora, fria e possessiva"

MULHER CRUEL: Amanda Christina Souza Pinto foi indiciada por duplo homicĂ­dio qualificado por matar sua mãe e sua filha.

Amanda Christina Souza Pinto, de 34 anos, foi indiciada pela PolĂ­cia Civil de Minas Gerais pelas mortes de sua mãe, de 67 anos, e de sua filha, de 10 anos. Os homicĂ­dios aconteceram no bairro Piratininga, em Belo Horizonte, no dia 15. Segundo as investigações, a mulher teria dado a opção para a criança escolher morrer ou ir para um abrigo. Ela também tentou se suicidar, sem ĂȘxito, após matar a menina.

De acordo com o parecer da equipe de Departamento Estadual de Investigação de HomicĂ­dios e Proteção à Pessoa (DHPP), o que motivou o crime foi vingança. As investigações revelaram que Amanda fazia sua mãe pagar pelo financiamento de seu apartamento que, na verdade, jĂĄ estava quitado. A idosa questionou a filha quando descobriu e foi estrangulada pela mesma com um mata-leão.

Depois de matar a mãe, no Ășltimo dia 13, a mulher cobriu o corpo com um lençol e jogou borra de café ao redor, para evitar mau cheiro. No dia seguinte, 14, ela matou sua filha ao perceber que não teria como arcar com os custos da criação da menina - pois sua mãe que era responsĂĄvel pelas contas da casa.

De acordo com a chefe do DHPP, LetĂ­cia Gamboge, Amanda relatou que tinha decidido se matar, mas, antes, conversou com a filha: "Em uma situação inusitada e repugnante, ela [suspeita] deu opção à filha que seria morrer ou ir para um abrigo, algo que chocou a todos nós no transcorrer da investigação", contou Gamboge.

Os registros mostram que, primeiro, a mulher tentou cortar os pulsos da criança, mas não conseguiu. Amanda, então, estrangulou a filha, como havia feito com a mãe, amarrando a menina.

No dia 15, após os dois homicĂ­dios, Amanda tentou se suicidar destravando o registro do gĂĄs de sua casa. Mas os vizinhos sentiram um cheiro forte e acionaram o Corpo de Bombeiros Militar, que a encontraram desacordada.

Amanda foi encaminhada ao hospital para atendimento médico e, dias depois de ser transferida para o sistema prisional, precisou ser internada novamente. Ela segue na unidade hospitalar. O inquérito foi concluĂ­do nesta segunda-feira, 27 e a mulher responderĂĄ por duplo homicĂ­dio qualificado por motivo fĂștil.

"Manipuladora, fria e possessiva"

A delegada que coordena as investigações, Iara França, contou que, inicialmente, a mulher teria dito que matou a mãe durante uma brincadeira. Porém, em meio às diligĂȘncias, a PolĂ­cia Civil apurou que a versão não se sustentava.

"Essa mulher [suspeita] é uma pessoa extremamente manipuladora, fria e possessiva. Ela tinha todo o controle da casa, não trabalhava, não queria fazer o serviço da casa nem trabalhar fora, não queria tomar conta da própria filha", disse Iara, que ainda ressaltou que quem cuidava da criança era a avó.

De acordo com a delegada, a suspeita não tem nenhum histórico de depressão ou de uso de medicamento controlado. Conforme apurado, ela fazia uso de drogas ilĂ­citas, como maconha e cocaĂ­na, e o pai da criança vĂ­tima do homicĂ­dio, que tinha envolvimento no trĂĄfico de drogas, foi assassinado em 2018.

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