PL protocola pedido no Conselho de Ética para cassar Janones

O Partido Liberal (PL) ingressou com uma representação, no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados, pedindo a cassação do mandato do deputado André Janones (AVANTE-MG), por suposta participação no esquema de rachadinhas, no qual funcionários do gabinete são obrigados a devolver parte dos vencimentos ao parlamentar.

O pedido, assinado pelo presidente do PL, Valdemar Costa Neto, destaca que Janones teria pedido para que assessores do gabinete devolvessem parte dos salários para ajudar o deputado a pagar uma dívida de R$ 675 mil, oriunda da campanha eleitoral de 2016, quando disputou a prefeitura de Ituiutaba (MG). Janones nega as acusações.

Em áudios divulgados pelo portal Metrópoles, Janones teria pedido para que os assessores fizessem uma "vaquinha" para ajudar a custear as próximas campanhas eleitorais. Segundo a publicação, o deputado teria sugerido a doação de valores que variam de R$ 50 a R$ 200 mensais, o que nas contas do parlamentar, pode chegar a quase R$ 200 mil para gastar na próxima campanha.

O pedido para abertura de processo disciplinar contra Janones foi direcionado ao presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL). No documento, protocolado no dia 28 de novembro, o PL afirma que a prática configura quebra de decoro parlamentar, que no entendimento do partido, deve ser punido com a perda do mandato. "A conduta do representado não pode ser tolerada. Validar este tipo de atitude, ilícita e antiética, corresponderia, ao fim e ao cabo, a aceitar o abuso no exercício do mandato eletivo, em total desprestígio ao Parlamento Brasileiro", destaca o PL no requerimento. A próxima reunião do Conselho de Ética da Câmara ainda não foi agendada.

O ministro do Supremo Tribunal Federal Luiz Fux autorizou, esta semana, a abertura de inquérito para apurar o suposto esquema de rachadinha no gabinete do deputado André Janones. Em uma publicação nas redes sociais, Janones afirmou que o inquérito vai esclarecer os fatos e sepultar o que chamou de "trama bolsonarista criada para me sepultar politicamente". No prazo de 60 dias, a Procuradoria-Geral da República deve colher os depoimentos de Janones e de assessores e ex-assessores do parlamentar, que denunciaram o suposto crime.