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Estudo revela que CHIKUNGUNYA causa danos cerebrais

Por Daniel Alves em 16/03/2024 às 04:55:25

O PERIGOSO MOSQUITO Aedes aegypti é o transmissor da chikungunya, dengue, Zika e febre amarela

Achado revela que o vírus pode atravessar a barreira que protege o sistema nervoso central, causando sequelas ou levando o paciente à morte.

Pesquisadores da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e de outras cinco instituições descobriram que o vírus chikungunya é capaz de se espalhar pelo sangue, atingir múltiplos órgãos e causar danos cerebrais. Os achados foram publicados nesta semana na revista Cell Host & Microbe.

De acordo com o estudo, os mecanismos de ação observados pela primeira vez em casos fatais indicam que o vírus pode atravessar a barreira que protege o sistema nervoso central, o que reforça a necessidade de atualização dos protocolos de tratamento e vigilância da doença.

"Isso mostra uma necessidade de acompanhar o paciente, inclusive aquele que saiu da infecção aguda, que já melhorou. É preciso acompanhar porque essas manifestações podem aparecer um tempo depois da suposta cura", diz o professor José Luiz Proença Módena, do Instituto de Biologia.


Principais descobertas do estudo

O estudo teve participação de virologistas, médicos, epidemiologistas, clínicos, físicos e estatísticos da Unicamp e das universidades do Kentucky (Estados Unidos), de São Paulo (USP), do Texas Medical Branch (Estados Unidos) e Imperial College London (Reino Unido), além do Laboratório Central de Saúde Pública do Ceará (Lacen).

O principal achado foi a presença do vírus em amostras de líquor cefalorraquidiano, o que demonstra sua capacidade de atravessar uma camada protetora e alcançar o sistema nervoso, podendo chegar ao cérebro. Assim, ele causa danos neurológicos que podem resultar em sequelas ou levar o paciente à morte.

Porém, o vírus também pode causar as seguintes alterações no corpo do paciente infectado:

  • problemas na circulação do sangue que levam ao desenvolvimento de trombos
  • fragilidade vascular, alteração no comportamento de bomba do coração e risco para hipertensão arterial
  • excesso de líquido nos órgãos
  • desequilíbrio da imunidade

Como o estudo chegou a esses achados

A pesquisa foi realizada no Ceará, que é um dos estados brasileiros mais afetados pelo vírus. "Por lá ocorrem várias ondas com um grande número de casos em um curto período de tempo [...] as pessoas eram contaminadas, ficavam um período sem contrair o vírus novamente, mas ele aparecia em regiões próximas".

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