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SOBRE ÚLTIMAS DECISÕES DO STF: Deputado Eduardo Bolsonaro cogita necessidade de 'medida enérgica' do presidente

Por Daniel Alves em 28/05/2020 às 02:41:57


Deputado federal Eduardo Bolsonaro, filho do presidente Jair Bolsonaro, afirmou que após recentes decisões de ministros do STF, manifestantes pró-governo passarão a se concentrar em frente ao tribunal para protestar.


O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente Jair Bolsonaro, cogitou nesta quarta-feira (27) a necessidade de adoção de "medida enérgica" pelo pai.

Ele fazia referĂȘncia à operação da PolĂ­cia Federal desta quarta-feira, autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que executou mandados de busca e apreensão em endereços de aliados do presidente e à divulgação do vĂ­deo da reunião ministerial de 22 de abril, autorizada pelo ministro Celso de Mello.

"Quem que é o ditador nessa história? Vale lembrar que, antes do Bolsonaro assumir, falavam que ocorreriam tempos sombrios, perseguição a negros, a pobres, a gays, às mulheres, etc. Pergunta que eu faço: quantas imprensas fecharam no Brasil devido a ordem do presidente? Zero. Quantos presos polĂ­ticos existem no Brasil? Zero. E a gente estĂĄ vendo aqui uma iniciativa atrĂĄs da outra para esgarçar essa relação. E, depois, não se enganem: quando chegar ao ponto em que o presidente não tiver mais saĂ­da e for necessĂĄria uma medida enérgica, ele é que serĂĄ taxado como ditador", afirmou o filho do presidente da RepĂșblica.

Na entrevista, o deputado disse que os dois ministros do STF conseguiram a "proeza" de fazer com que apoiadores de Bolsonaro passem a se manifestar aos domingos não mais diante do PalĂĄcio do Planalto, em apoio ao presidente, mas na frente do tribunal, em protesto.

"Os ministros Alexandre de Moraes e o Celso de Mello conseguiram a proeza de fazer com que a manifestação, que até então ocorreu em seis fins de semana consecutivos em BrasĂ­lia, e o pessoal vai lĂĄ na frente do PalĂĄcio do Planalto saudar o presidente da RepĂșblica, agora o pessoal vai se voltar para o outro lado da praça [dos TrĂȘs Poderes] para voltar as suas crĂ­ticas ao STF", declarou Eduardo Bolsonaro.

Em outro trecho, Eduardo Bolsonaro falou em "ruptura". "Essa postura, eu até entendo quem tem uma postura mais moderada, vamos dizer, para não tentar chegar ao momento de ruptura, um momento de cisão ainda maior, um conflito ainda maior. Eu entendo essas pessoas que querem evitar esse momento de caos. Mas falando bem abertamente, opinião do Eduardo Bolsonaro, não é mais uma opinião de 'se', mas de 'quando' isso vai ocorrer."

Celso de Mello é relator do inquérito que apura se Bolsonaro interferiu na PolĂ­cia Federal. Alexandre de Moraes é relator do inquérito que apura ameaças contra ministros do STF e disseminação de conteĂșdo falso nas redes sociais, as chamadas "fake news".

Procurado, o gabinete do ministro Alexandre de Moraes informou que não vai se manifestar sobre o caso.

Ao autorizar a operação desta quarta-feira, Moraes afirmou que as provas colhidas no inquérito apontam para "real possibilidade" de associação criminosa.

"As provas colhidas e os laudos técnicos apresentados no inquérito apontaram para a existĂȘncia de uma associação criminosa dedicada à disseminação de notĂ­cias falsas, ataques ofensivos a diversas pessoas, às autoridades e às Instituições, dentre elas o Supremo Tribunal Federal, com flagrante conteĂșdo de ódio, subversão da ordem e incentivo à quebra da normalidade institucional e democrĂĄtica", escreveu o ministro.

Ainda de acordo com Moraes, a atuação dos integrantes "atinge um pĂșblico diĂĄrio de milhões de pessoas", o que é um risco para a independĂȘncia dos poderes e para o Estado de Direito.

"Como se vĂȘ, de tudo até então apresentado, recaem sobre os indivĂ­duos aqui identificados sérias suspeitas de que integrariam esse complexo esquema de disseminação de notĂ­cias falsas por intermédio de publicações em redes sociais, atingindo um pĂșblico diĂĄrio de milhões de pessoas, expondo a perigo de lesão, com suas notĂ­cias ofensivas e fraudulentas, a independĂȘncia dos poderes e o Estado de Direito", acrescentou.

O ministro disse ainda que o objetivo do inquérito é apurar "fake news, falsas comunicações de crimes, denunciações caluniosas, ameaças e demais infrações [...] que atingem a honorabilidade e a segurança do Supremo Tribunal Federal, de seus membros; bem como de seus familiares".

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