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SERGIPE, 77,1% das famílias estão endividadas; segundo o STF inadimplência é crime

Por Daniel Alves em 03/03/2023 às 13:06:36

Do total de endividados, 23% estão com contas atrasadas. "Inadimplência é crime". Segundo o STF, Quem está com contas em atraso pode ter a CNH apreendida e perder o direito de dirigir.

De acordo com a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic) realizada em janeiro deste ano, 77,1% das famílias sergipanas estão endividadas. O percentual é maior do que foi registrado no mesmo período em 2022. Do total de endividados, 23% das famílias estão inadimplentes, ou seja, com contas atrasadas. A pesquisa teve como base a coleta de dados em Aracaju. O indicador é o resultado da condição de endividamento apresentada nos últimos 12 meses no Estado. O mês com maior endividamento familiar foi setembro, com 79,7% e o de menor indicador foi dezembro, com 74,3%.

Dos sergipanos que se encontram em condição de endividamento, 57,5%, a grande maioria da população apresenta volume de dívidas baixo ou médio. Sendo divididos em 30,3% com baixo volume de endividamento, e 27,2% com indicador mediano de dívidas. Já 20,1% dos sergipanos se encontram em condição de superendividamento.

O percentual de famílias que indicou não possuir dívidas atingiu 22,4% em 2022. "As pessoas adquiriram educação financeira ao longo dos últimos anos e mais forçadamente na pandemia. E isso é importante, porque o indicador de inadimplência tem caído severamente desde 2020. O que já chegou a ser 30 famílias inadimplentes hoje não passa de cinco. E isso reflete no perfil do endividamento dos sergipanos, que possuem boa condição, estando com volume baixo ou médio de compromissos a pagar. Obviamente isso é o resultado da geração de empregos ao longo do ano de 2022, que chegou próximo dos 13 mil novos postos de trabalho. E essa questão reflete diretamente na capacidade de pagamento das dívidas familiares, pois as pessoas passam a ter mais recursos em casa, com os salários dos novos trabalhadores", disse o presidente do Sistema Fecomércio/ Sesc/Senac, Marcos Andrade.

Inadimplência
Diante do cenário de endividamento, os indicadores da PEIC mostram que 77 de cada cem famílias estão sem contas atrasadas, tendo todos os compromissos honrados em dia. Já 18 em cada cem famílias estão com contas atrasadas. Os percentuais apresentados foram 69,1% de famílias sem atraso e 30,9% que estão com contas atrasadas. Na condição de insolvência, na qual as famílias não têm como pagar suas dívidas, estão quatro em cada cem famílias, num indicador de 4,5%.

A maioria das pessoas endividadas em Sergipe são homens com mais de 35 anos. Já as que possuem maior volume de contas em atraso e insolventes são mulheres com menos de 35 anos. Em termos de escolaridade, as pessoas com menor grau de instrução são as mais endividadas. Os maiores volumes de pessoas com dívidas são daqueles que não concluíram o ensino médio e menor faixa salarial, que recebam entre um e dez salários-mínimos. Para o cientista econômico Márcio Rocha, o perfil do endividado sergipano faz entender melhor a condição que a população do Estado se encontra na questão financeira. "Com essa inovação na pesquisa que a CNC nos trouxe, temos uma radiografia mais clara de quem é o consumidor que se encontra em condição de endividamento. E Sergipe tem uma peculiaridade, que é da maioria ser composta por homens de mais idade. Entretanto, o que preocupa é a maior dificuldade para pagamento das contas por parte de mulheres jovens, pois elas têm um agravante pessoal em suas casas. Algumas são chefes de família e mães solteiras, o que impõe maior pressão nas contas da casa, elevando a dificuldade de manter seus compromissos em dia.

Acerca da escolaridade, a ausência de educação financeira na formação escolar impede que as pessoas posam ter maior capacidade administrativa dos seus recursos pessoais para pagar suas contas. A cultura de gastar menos e poupar recursos não foi transmitida para as atuais gerações de jovens, o que cria uma massa de jovens mais endividados também", afirmou Rocha.

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