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Carros voadores disputados por Embraer, Gol e Azul; em breve nos céus do Brasil

Por Daniel Alves em 26/09/2021 às 17:43:43


Empresas anunciaram acordos relacionados aos eVTOLs, veículos elétricos de pouso e decolagem vertical. Aeronaves fazem menos barulho que helicópteros, mas são voltadas para voos mais curtos.

A ideia de um "carro voador", que, na verdade, é uma espécie de helicóptero mais confortável, tem atraído várias empresas pelo mundo. No Brasil, as companhias aéreas Gol e Azul e a fabricante de aeronaves Embraer já anunciaram planos envolvendo os chamados eVTOLs.

O veículo elétrico de pouso e decolagem vertical (eVTOL, na sigla em inglês) é uma aeronave que lembra um helicóptero, mas que faz menos barulho e usa mais hélices para voar.

A Gol e a Azul têm acordos para receber a partir de 2025 seus primeiros eVTOLs, que serão produzidos por empresas europeias. A Embraer, por sua vez, promete entregar sua versão da aeronave para clientes a partir de 2026.

Para Luis Carlos Munhoz da Rocha, diretor comercial da empresa de táxi aéreo Helisul, que tem um acordo para obter 50 eVTOLs da Embraer em 2026, uma vantagem dessas aeronaves em relação aos helicópteros é o fato de não emitirem gases poluentes.

O executivo afirmou ainda que, por não contar com um rotor de cauda, a hélice que fica na parte traseira do helicóptero tradicional, o eVTOL terá um impacto menor ao passar por áreas urbanas.

"O rotor de cauda é um gerador de ruído potencial", disse. "Ele não vai existir [no eVTOL] e, consequentemente, o ruído que ele vai gerar é muito menor".

A Helisul e a Embraer pretendem realizar em outubro testes para avaliar rotas, tempo e preço de um futuro serviço de eVTOLs. A ideia é entender qual seria a aceitação dos "carros voadores" no mercado brasileiro.

Como a aeronave elétrica da Embraer ainda não está pronta, as empresas farão testes com helicópteros.

"Nós vamos fazer o primeiro piloto dessa operação, nossa prova de conceito", adiantou Rocha. "Vamos operar com um helicóptero nosso com o mesmo porte do eVTOL que está sendo construído pela Embraer".


O modelo de testes será o Bell 505, da fabricante americana Bell Helicopter. Considerado um helicóptero leve, ele tem 3,25 m de altura, 12,95 m de comprimento e 1,98 m de largura. O experimento será realizado na cidade do Rio de Janeiro.

"Nós vamos ter um ponto de embarque na Barra, em princípio, com desembarque no Santos Dumont", disse Rocha. "Vai operar em determinados horários pré-estabelecidos e vai haver um procedimento de reservas da mesma forma que você faz no Uber".

Segundo ele, a ideia nesta etapa não é registrar lucro com o serviço, e sim avaliar se a operação com eVTOLs seria viável.

Restrições

Então, no futuro, o táxi aéreo será realizado por "carros voadores"? Segundo Jorge Eduardo Leal Medeiros, professor do Departamento de Engenharia de Transportes da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-USP), os eVTOLs têm uma desvantagem em relação aos helicópteros.

"Você nunca verá uma aeronave elétrica fazer voos de longa distância, ao menos no futuro previsto", disse Medeiros.

Além das diferenças no tipo de voo, a operação de "carros voadores" dependerá das definições de agências reguladoras ao redor do mundo.

No Brasil, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) tem, entre outros pontos, a tarefa de certificar as aeronaves.

Procurada pelo g1, a Anac afirmou que terá novidades sobre a certificação das aeronaves quando receber os primeiros pedidos para operação no Brasil.

"A Anac tem acompanhado o debate nacional e internacional de como essa nova tecnologia tem sido empregada no setor. No entanto, até o presente momento, a Agência não recebeu nenhuma solicitação formal para a operação dessas aeronaves no mercado brasileiro", afirmou a agência.

Conceito da Lilium, que firmou parceria com a Azul, prevê eVTOL com espaço para seis passageiros e um piloto — Foto: Divulgação/Lilium

Conceito da Lilium, que firmou parceria com a Azul, prevê eVTOL com espaço para seis passageiros e um piloto

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