JHP2

MPF decide investigar o pastor Valadão após ele sugerir que fiéis matassem pessoas LGBTQIA+

Por Daniel Alves em 04/07/2023 às 07:27:31

Pastor Valadão "Já meti esse arco-íris aí. Se eu pudesse, matava tudo e começava de novo, mas prometi que não posso'. Agora tá com vocês"

Em discurso durante um culto na Igreja Batista de Lagoinha, nos Estados Unidos, André Valadão fez declarações homotransfóbicas "Ele diz: 'Já meti esse arco-íris aí. Se eu pudesse, matava tudo e começava de novo, mas prometi que não posso'. Agora tá com vocês".

O Ministério Público Federal (MPF) instaurou procedimento para apurar possível prática de homofobia por parte do líder religioso André Valadão. O procurador regional dos Direitos do Cidadão (PRDC) no Acre, Lucas Costa Almeida Dias, será o responsável pelo procedimento.

A decisão, anunciada no início da noite de ontem, segunda-feira, 3, é uma reação às declarações homofóbicas feitas pelo pastor durante um culto de domingo, 2, na Igreja Batista de Lagoinha, em Orlando, nos Estados Unidos. Na ocasião, ele repreendeu a união civil entre pessoas do mesmo sexo.

"Não é um mero casamento. O que vale é toda forma de amor; deixa casar, deixa viver… Aí hoje você vê nas paradas homens e mulheres nuas, com seus órgãos genitais completamente expostos, dançando na frente de crianças... Aí você horroriza, mas essa porta foi aberta quando nós tratamos como normal o que a Bíblia já condena", exclamou o religioso.

Em outros vídeos que circulam pela internet, Valadão incita os fiéis a matarem pessoas da comunidade LGBTQIA+.

"Agora é a hora de tomar as cordas de volta e dizer: pode parar, reseta! Mas Deus fala que não pode mais", afirma o pastor. "Ele diz: 'Já meti esse arco-íris aí. Se eu pudesse, matava tudo e começava de novo, mas prometi que não posso'. Agora tá com vocês".

A união civil entre pessoas do mesmo sexo foi considerada legal pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em maio de 2011. Dois anos depois, em 2013, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) estabeleceu que cartórios de todo o país celebrem os casamentos entre pessoas do mesmo gênero.

Ataques anteriores

Não é a primeira vez que o pastor envagélico discursa contra a comunidade LGBTQIA+. No começo de junho deste ano, ele publicou um post no seu Instagram dizendo que "Deus abomina o orgulho", em uma referência ao movimento LGBTQIA+. No post, a palavra "orgulho" estava colorida com as cores do arco-íris, símbolo dessa comunidade.

A publicação divulgava um culto da igreja da qual faz parte. O ódio de Valadão se voltou para o mês de junho, dedicado a reivindicar direitos e respeito à diversidade sexual e de gênero.

"Quem peca tem a tendência de se esconder e não 'sair do armário', porque o pecado gera falta de paz e medo das consequências", afirmou Valadão no altar. Para ele, é um ultraje ter orgulho de ser da comunidade LGBTQIA+.

Comunicar erro
cosmetic shop

Comentários

JHP